O Brasil manifestará preocupação com o “viés protecionista” dos Estados Unidos, que afeta exportações brasileiras, durante o exame da política comercial americana hoje na Organização Mundial do Comércio (OMC). O embaixador Roberto Azevedo deverá frisar que, embora os EUA sejam uma das economias mais abertas, tem um arsenal protecionista em áreas específicas como agricultura, subsídios de maneira geral, legislação de antidumping excessivamente flexível e sobretaxas contra supostos subsídios dos outros países.
Para o Itamaraty, o comércio bilateral caiu muito no rastro também do protecionismo americano, já que tem tarifas baixas em geral, mas os picos tarifários atingem fortemente produtos brasileiros.
O representante brasileiro vai enfocar também os bilionários subsídios de Washington ao setor financeiro, durante a crise econômica, notando que podem ter implicações na competitividade do setor em outros países. Os EUA sequer notificaram a OMC sobre essa ajuda a seus combalidos bancos.
Outra reclamação será sobre a dificuldade dos EUA em implementar as decisões da OMC, como no caso de eliminar subsídios ao algodão, na briga perdida contra o Brasil. A delegação brasileira conclamará os EUA a fazer um esforço maior para concluir a Rodada Doha de liberalização global.