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Exportação

Brasil substitui mercados para o frango

<p>Com a retração da demanda russa, Brasil aposta na China, Oriente Médio e México.</p>

Os frigoríficos brasileiros estão apostando na abertura de mercados para combater a forte retração na demanda da Rússia e efetivar a projeção de crescimento da ordem de 5% nas exportações em 2009. Após o acordo fitossanitário firmado em maio, que habilita 24 produtores do Brasil a exportar para a China, as importações do asiático aumentaram 401,1% em junho, para 373 toneladas. Apesar do volume ainda ser pequeno, as compras chinesas deverão passar a responder por uma importante fatia no mercado brasileiro de carne de frango. “Ainda não dá para mensurar, mas vamos aumentar bastante esse volume”, disse Francisco Turra, presidente executivo da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frango (Abef). Segundo o executivo, a China pode impulsionar a Ásia a ultrapassar o Oriente Médio como principal região de destino na carne de frango. Atualmente a Ásia e o Oriente Médio representam 24% e 36% nas vendas, respectivamente.

Adriano Zerbini, novo gerente de Relações de Mercado da Abef, destacou o fato de que “a abertura do mercado chinês pode gerar efeitos nas exportações de Hong Kong, região de transbordo de produto e reexportação”. Hong Kong foi o segundo maior comprador de frango brasileiro no primeiro semestre, com importação de 221,31 mil toneladas, 7% a mais que em igual período de 2008, ficando atrás da Arábia Saudita que, no semestre, importou do Brasil 231,1 mil toneladas, volume 33% maior na comparação ao mesmo período do ano passado.

O México também poderá ser um novo mercado a se abrir para o País. Segundo Turra, o governo mexicano já acionou o Itamaraty e uma missão está sendo programada. Nigéria, Sudão, Malásia, Senegal e Indonésia serão os próximos países visitados com a finalidade de abertura de mercados.

De forma geral, pequenos mercados, especialmente na África, deverão amenizar a forte queda das exportações para a Rússia. No primeiro semestre, os embarques totalizaram 35 mil toneladas, recuando 60%. A receita de US$ 44 milhões no período representou um decréscimo de 73,8%, segundo dados da Abef.

“A Rússia aumentou as negociações com os norte-americanos porque busca o apoio dos Estados Unidos para sua entrada na Organização Mundial do Comércio (OMC)”, afirmou Turra. Segundo ele, o Brasil foi preterido com a redução da cota de importação dos russos (que agora é de 1 milhão de toneladas no total) e aumento de 65% para 90% da tarifa extracota. As medidas reduziram a participação do Brasil na fatia permitida dentro da cota de 68 mil toneladas para apenas 12 mil.

No próximo dia 21 de julho, a Abef, a Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs) e membros do Itamaraty partem para mais uma missão na Rússia.