O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Mauricio Tolmasquim, admitiu que o Brasil precisa construir térmicas mais baratas, ao ser questionado sobre o que deu errado no planejamento estratégico feito pelo governo federal para o setor elétrico.
“As coisas não estão dando errado, estão dando certo”, rebateu o representante do Ministério de Minas e Energia, para quem a pergunta deveria ser como o setor está “aguentando uma hidrologia tão adversa”.
Tolmasquim disse que o Brasil deve se acostumar a usar energia térmica daqui para frente, como é feito em todos os países do mundo. O governo federal pretende contratar mais 7,5 mil MW de térmicas para manter a participação da energia na matriz brasileira. A grande parte desses empreendimentos deve ser a gás, afirmou Tolmasquim.
Segundo ele, as térmicas possuem uma participação média de apenas 10% na matriz elétrica brasileira. Essa fatia poderia crescer para 25%, sem maiores problemas, afirmou Tolmasquim. Mesmo assim, o percentual seria baixo se comparado a outros países, onde as térmicas representam até 80% da matriz.
Tolmasquim participou nesta terça-feira em São Paulo de um seminário promovido pela Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec), na sede da BM&FBovespa.