O executivo-chefe da BrasilAgro, Julio Piza, observou na segunda-feira (07/04) que as terras agrícolas tiveram valorização expressiva nas últimas safras e devem sofrer ajustes regionais daqui para frente. “Enquanto o Brasil estiver elevando sua área de plantio, o preço da terra vai continuar aumentando, com algumas regiões se beneficiando mais que as outras”, comentou.
Entre os fatores que influenciaram no valor da terra, ele citou a relação de preços entre soja e milho e a infraestrutura logística. “Em algumas regiões, já vemos uma precificação adiantada de eventual melhoria na logística que um dia pode acontecer”, disse Piza durante a 2ª Conferência de Agronegócios, promovido pelo Espírito Santo Investment Bank, em São Paulo (SP).
O executivo reconheceu que agronegócio é bem representado no Congresso, mas alertou que o risco de taxação das exportações de commodities agrícolas, entre elas a soja, existe e não pode ser ignorada. “Só se consegue taxar quem gera riquezas e o setor teve um ganho impressionante de produtividade e renda nos últimos anos”, explicou Piza.
Outra questão que restringe o crescimento do agronegócio brasileiro, segundo ele, é a insegurança jurídica, que pode acarretar em problemas do médio ao longo prazos. “Hoje claramente o mundo está pagando pela ineficiência do Brasil porque não tem opção. O grande medo é que o fluxo de capital mude para outras regiões e o Brasil entregue essa liderança para outros países por falta de capacidade de gestão do sistema”, afirmou o executivo.