A companhia de alimentos BRF emitiu um Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA) no valor de R$ 2 bilhões. Segundo a agência de classificação de risco Fitch, a emissão é respaldada por debêntures emitidas pela própria BRF, cujos recursos serão destinados a investimentos, custos e despesas relacionados à sua cadeia de produção e exploração de animais como aves, bovinos e suínos.
A transação foi dividida em três séries. A série mais longa tem um prazo de 10 anos, com uma taxa de juros final de IPCA mais 7,2336%, somando R$ 935 milhões. As outras duas séries são de 5 anos a CDI + 0,80%, totalizando R$ 140 milhões, e de 7 anos a PRE DI jan30 + 0,80%, totalizando R$ 925 milhões.
A Fitch informou que as três séries terão pagamentos de juros semestrais, em junho e dezembro, começando em dezembro de 2024. A amortização das primeiras duas séries ocorrerá no vencimento, em junho de 2029 e junho de 2031, respectivamente. A terceira série será amortizada em três parcelas, em junho de 2032, junho de 2033 e no vencimento, em junho de 2034.
Houve uma compressão de taxa de 0,45% ao ano para a série de 5 anos em comparação com a última emissão da BRF, realizada em 2022, que foi de R$ 1,7 bilhão. A BRF captou o montante planejado e ainda houve uma demanda excedente, atingindo R$ 2,778 bilhões, configurando a maior demanda por um CRA de companhia de proteína dos últimos dois anos e uma das maiores já emitidas pelo setor.
A Fitch atribuiu um rating nacional de longo prazo ‘AAAsf(bra)’ com perspectiva estável para a emissão, feita pela Eco Securitizadora. A agência ressaltou que os ratings refletem a expectativa de pagamento pontual e integral do principal investido, acrescido de remuneração, até o vencimento final de cada série.
A emissão contou com a participação de 21 distribuidores, incluindo bancos, seguradoras, corretoras, DTVMs e family offices.