Anunciada há quase três meses, a abertura do mercado cubano à carne bovina brasileira ainda depende do processo burocrático para virar realidade. Os exportadores de carne apontam uma demora do Ministério da Agricultura em finalizar as negociações sobre o modelo de certificado sanitário internacional com o governo de Cuba. O ministério afirma que questões sanitárias demandam tempo e não podem ser tomadas de forma unilateral pelo Brasil.
Estão em jogo os interesses de 16 frigoríficos que têm 21 plantas habilitadas para exportar carne bovina a Cuba. Para acelerar o processo, a Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA) tem de enviar a sugestão de certificado sanitário internacional. “Estamos analisando a proposta, mas temos que discutir o texto do certificado. Não podemos fazer sem acordar com os outros países. Não pode ser unilateral”, afirma o coordenador de Programas Especiais da SDA, Ari Crespim.
O documento será assinado pelo veterinário do Serviço de Inspeção Federal (SIF) nos frigoríficos credenciados. “É um mercado pequeno, mas temos que ocupar qualquer espaço no exterior. Ele é complementar para cortes menos nobres”, diz o diretor da Associação Brasileira da Indústria de Carnes (Abiec), Otávio Cançado. Segundo ele, seria possível exportar desde 9 de fevereiro deste ano.
Os exportadores afirmam ser urgente compensar a retração mundial no consumo de carne.