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Avicultura

Câmara de Sustentabilidade da Ubabef

Associação Catarinense de Avicultura comanda a câmara que discutirá aspectos da avicultura industrial.

Câmara de Sustentabilidade da Ubabef

Nos principais alicerces do novo modelo de gestão da União Brasileira de Avicultura (Ubabef) estão as 12 Câmaras Setoriais cujo objetivo é democratizar a discussão sobre todos os aspectos que envolvem a vasta e complexa cadeia produtiva da avicultura industrial. A primeira a entrar em funcionamento foi a Câmara de Sustentabilidade e Relações Laborais, cuja instalação ocorreu em 27 de maio, na sede da Associação Catarinense de Avicultura (Acav), em Florianópolis.

Presidida pelo diretor executivo da Acav, Ricardo Gouvêa, a Câmara da continuidade ao trabalho realizado pelo grupo formado por Acav, Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav, Porto Alegre/RS) e Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar, Curitiba/PR) na discussão de temas relevantes para a cadeia produtora e exportadora de frango. Entre esses, incluem-se as medidas que podem ser propostas para melhorar a relação entre integrados e a agroindústria e os relacionados ao meio ambiente.

A estrutura da Ubabef contempla 12 câmaras: assuntos legislativos e tributários, casas genéticas e avoseiros, entidades estaduais, equipamentos, insumos biológicos, mercado interno, mercado externo, ovos, pintos e ovos férteis, sanidade e produção, sustentabilidade e relações laborais e tecnologia processos e saúde pública.

Nesta entrevista, Ricardo Gouvêa expõe os desafios que a Câmara de Sustentabilidade e Relações Laborais se propõe a enfrentar:

Qual a metodologia de trabalho que a Câmara adotou?

A câmara atua buscando o equilíbrio entre o social, ambiental e econômico, articulando-se com a Ubabef e seus associados. Cabe a esse colegiado acompanhar e avaliar as condições da produção, diagnosticar dificuldades e problemas, buscando indicar as respectivas soluções, buscando a conciliação de conflitos que eventualmente surgirem entre os integrantes do sistema agroindustrial avícola. 

Uma das prioridades será aperfeiçoar a relação entre integrados e a agroindústria?

Avançamos muito nesta área. Em 2007 já havia sido constituído um comitê paritário entre as empresas e os representantes da avicultura, onde vinham sendo discutido melhorias ao sistema de integração. Temos tido diversos assuntos em pauta, como: planilha de custos, condições de produção, apanhe de aves, melhoria das condições dos integrados na parceria, maior transparência nas relações, análise aprofundada das normativas ambientais e sanitárias, entre outros. Esses temas passarão a ser discutidos também na câmara de sustentabilidade.

O sistema de produção integrada é a melhor opção?

É uma experiência reconhecidamente bem-sucedida. Não é de hoje que se ouve falar do grande sistema de produção integrada brasileiro. O sistema, que foi criado em Santa Catarina e atualmente é utilizado por várias regiões em todo o Brasil. Trata-se de um modelo aplaudido e copiado em diversos lugares do mundo.

E com relação ao desenvolvimento sustentável da avicultura industrial de corte, quais as ações previstas?

Existem muitos estudos nessa área e um amplo debate para a constante melhoria e otimização de recursos. Alguns estudos prevêem a reutilização das camas de aviários para geração de energia. A indústria mundial como um todo tem essa preocupação com a sustentabilidade, portanto, também nós da câmara temos como objetivo buscar um equilíbrio entre os três principais fatores: o ambiental, o social e o econômico. O mercado de aves brasileiro já tem sido reconhecido internacionalmente, e com a implantação de novos recursos sustentáveis, os resultados serão ainda mais satisfatórios. Aumentar a produção sem comprometer a natureza é um desafio não apenas para o Brasil, mas para o mundo todo.

A indústria avícola brasileira priorizou estudos e investimentos em saúde ocupacional?

A indústria avícola vem desenvolvendo um trabalho técnico-científico com a participação de profissionais da área da saúde ocupacional de várias empresas, na busca de proporcionar um ambiente de trabalho de boa qualidade aos seus colaboradores. No entanto,  esse estudo é inédito, não existe bibliografia específica para o setor. O que se tem hoje é fruto do trabalho desenvolvido pelos próprios profissionais das empresas que vêm investindo na melhoria das condições de trabalho.

Os quadros técnicos e funcionais das indústrias avícolas dispõem de recursos humanos especializados nessa área?

As empresas possuem equipes de multidisciplinares com profissionais de alto desenvolvimento e especialidade na área. Há muito tempo as empresas vêm investindo grande monta na melhoria  das condições de trabalho, na aquisição e disponibilização de EPIs, EPCs, análise ergonômica das atividades, desenvolvimento de um protocolo de saúde ocupacional, com uma metodologia que abrange diferentes técnicas, inclusive contemplando o método OCRA, dentre outros cuidados.