Redação (15/07/2008)- Em queda a partir de 2004, a taxa real de câmbio vem, desde então, reduzindo os ganhos dos exportadores brasileiros do agronegócio, que se sustentam no aumento dos volumes embarcados e na alta dos preços internacionais para garantir à balança comercial do país os crescentes superávits observados nesses últimos anos.
Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" (Cepea/Esalq), de janeiro de 2000 a maio de 2008, os preços dos produtos exportados pelo agronegócio brasileiro saltaram 60% em dólar. Em real, a alta foi de 21%, graças a uma valorização de 25% da taxa de câmbio efetiva no intervalo pesquisado e ao incremento de 106.5% dos volumes vendidos.
Comportamento similar foi verificado de janeiro a maio deste ano. Em relação aos primeiros cinco meses de 2007, mostra o trabalho dos pesquisadores Geraldo Barros (professor titular e coordenador científico do Cepea) e Karlin Saori Ishii, houve alta de 14% na taxa de câmbio do agronegócio, mas os preços em dólar das exportações subiram 26,7%, o que garantiu melhora de 8,9% na atratividade dos embarques. Na comparação, os volumes vendidos foram apenas 1,6% superiores.
Entre outras informações, o estudo também mostra que grãos e carnes foram os produtos que mais subiram de preço desde 2000, e que a região Sul lidera as exportações do setor em termos de valor alcançado, ainda que os volumes do Centro-Oeste tenham crescido mais.