A Sociedade Rural Brasileira (SRB) divulgou no final da semana passada um estudo sobre o impacto da valorização cambial no agronegócio e na economia brasileira. O real obteve uma valorização de 32% frente ao dólar entre dezembro de 2008 até setembro deste ano. O euro, por sua vez, registrou uma valorização de cerca de 8,1% em relação à moeda norte-americana no mesmo período.
Com a volatilidade cambial maior na taxa de troca entre reais e dólares do que entre outras moedas, as exportações agropecuárias brasileiras, especialmente, as commodities, cujo fator preço é preponderante e a taxa de câmbio é fundamental, vêm sofrendo perdas de competitividade e rentabilidade.
“A apreciação cambial (real excessivamente valorizado frente ao dólar) impacta brutalmente o produto rural brasileiro e, se nada for feito em relação ao câmbio, o endividamento rural se agravará”, enfatizou o presidente da Rural, Cesário Ramalho da Silva.Para o Secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, João Sampaio, um dos grandes problemas na questão cambial é que ainda temos juros muito altos, que atraem capital especulativo, interessado em rápida e alta rentabilidade.
A soja, por exemplo, ficou 32% mais cara no mercado internacional. O preço médio da saca de soja (60 kg) cotada na bolsa de Chicago em setembro estava na casa dos US$ 20,60. Levando-se em conta a taxa de câmbio média de dezembro de 2008 (R$ 2,40/US$) a importação por um país de uma saca de soja brasileira custaria US$ 8,60, ao passo que em setembro último, quando a taxa de câmbio média ficou em R$ 1,82/US$, a mesma saca de soja custaria ao importador US$ 11,30.