A apreciação do real frente ao dólar trouxe efeitos nocivos para a indústria brasileira de alimentação animal em 2009. Segundo o Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações), além dos efeitos indiretos – como comprometer a competitividade da carne brasileira no mercado internacional – a valorização cambial da moeda brasileira impactou diretamente o desempenho do setor de nutrição animal.
“O real forte onera a operação das empresas”, afirma Ariovaldo Zanni, diretor-executivo do Sindirações. “Para as companhias que atuam no Brasil – cujas negociações comerciais são balizadas em dólar e as despesas pagas em real – há a necessidade de vender mais ou optar pelo reajuste de preços, a fim de cobrir a diferença da cotação entre as moedas e saldar custos e despesas”, argumenta.
Mas para a indústria brasileira de alimentação animal, que é grande importadora de aditivos, o dólar desvalorizado não seria uma vantagem? “Às vezes é fácil pensar que o dólar desvalorizado aliviaria os custos de produção das empresas”, afirma Zanni. “Acontece que essa [importação de insumos] é apenas uma parte das despesas de cada companhia do setor. Sua planilha de custos, sua folha de pagamentos, entre outras coisas, são todas balizadas pela moeda local”, responde.
Para Zanni, a política cambial brasileira compromete o desempenho de toda a cadeia de produção instalada no País, do fornecedor de insumos ao exportador. “Em qualquer situação a apreciação da moeda local é deletéria, traumática e perniciosa”, sentencia o executivo.