Batatas, autopeças, pneus, plásticos, material de construção, como tijolos e vidro, e produtos siderúrgicos e de alumínio estão na lista de cem produtos que terão aumento de até 25% na tarifa de importação no Brasil, segundo a lista de novas exceções à tarifa externa comum do Mercosul, definida ontem durante reunião da Câmara de Comércio Exterior (Camex).
A lista será oficialmente submetida aos sócios do Brasil no Mercosul amanhã e eles terão 15 dias úteis para vetar algum produto. Após esse prazo, o aumento de tarifas entra em vigor.
“Está faltando mercado no mundo e os países exportadores vêm atrás do Brasil, um dos poucos mercados que cresce, e a nossa indústria está sendo prejudicada por isso”, argumentou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, ao comentar a decisão.
“Esperamos que a indústria nacional com isso produza mais do que produz”, disse Mantega, ao explicar que, na criação da nova lista, houve preocupação em evitar que a nova barreira contra importados contribua para aumento de preços e da inflação.
Segundo o Ministério do Desenvolvimento, os mais de 300 pedidos enviados pela indústria para inclusão na lista de aumento de tarifas foram selecionados com base em critérios como a evolução das importações dos produtos e seus efeitos sobre o mercado, a capacidade produtiva e a demanda internas e o impacto das elevações de tarifas na cadeia produtiva.
Também influíram na definição da lista os investimentos programados para o setor e as prioridades dos programas do governo, como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o novo regime automotivo e a preferência à indústria nacional nas compras governamentais.
A criação de nova exceção às tarifas externas praticadas pelos sócios do Mercosul foi decidida em dezembro do ano passado. Em junho, a pedido da Argentina, a lista, inicialmente de 100 itens, passou a 200. O governo preferiu manter o número inicial e, até outubro, elaborar o complemento com mais cem itens que terão alíquota de importação aumentada nas compras de países de fora do bloco.
Na lista divulgada ontem (acessível pelo site www.mdic.gov.br) foi aumentado também o imposto de importação de vagões ferroviários, insumos farmacêuticos, câmaras de ar, papel e cartão, componentes de calçado e utensílios de mesa e cozinha.