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Grãos

Cargill leiloa terminal de grãos

<p>Disputa promete ser acirrada para levar o terminal de grãos da Cargill. Grandes grupos devem participar do leilão marcado para hoje.</p>

O leilão do terminal de grãos da Cargill, no porto de Santos (SP), marcado para hoje (10/11), promete uma acirrada disputa. Grupos de peso do mercado de commodities agrícolas faziam ontem os últimos preparativos de suas propostas pelo ativo, considerado estratégico para o comércio de soja nas regiões Centro e Sudeste do País nos próximos 25 anos. O evento é conduzido pela Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), que administra o porto.

Um consórcio considerado forte candidato a vencer a disputa é o integrado pelo grupo francês Louis Dreyfus e pela própria Cargill, segundo apurou o Valor com fontes do setor. Os dois grupos estão entre as quatro maiores tradings de grãos do mundo, conhecidas no mercado como ABCD – ADM, Bunge, Cargill e Dreyfus. A Cargill é uma das maiores interessadas em continuar com o ativo, uma vez que opera ao lado o Teag, terminal de açúcar em saco e a granel, obtendo sinergias entre as duas operações.

Ontem, no início da noite, uma ação com pedido liminar para suspender o leilão foi apresentada na Justiça de Santos, segundo fontes, mas foi indeferida pelo juiz. A expectativa é de que outros pedidos fossem feitos até o início do leilão, marcado para as 10 horas da manhã de hoje.

O terminal de granéis é operado pela Cargill desde 1985 e conta com área de 48 mil metros quadrados. O contrato com a multinacional foi válido por dez anos e prorrogado por mais dez. Quando expirou, no fim de 2005, a Codesp estendeu por mais três anos. Desde o início de 2009, a empresa opera o terminal com base em um contrato emergencial, inicialmente de seis meses, prorrogado por mais seis, até 2 de janeiro de 2010 ou até a homologação do resultado da licitação.

O processo de licitação conduzido pela Codesp já teve aprovação da Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários), e do Tribunal de Contas da União (TCU).

O novo contrato, seguindo a Lei 8.630/93 (Lei dos Portos), terá vigência de 25 anos, prorrogáveis por outros 25 anos, se houver “interesse público”. Quem ganhar a licitação deverá desembolsar o total de R$ 67,7 milhões – R$ 43,45 milhões como remuneração pelas benfeitorias existentes, uma outorga inicial de R$ 11,25 milhões e fazer investimentos de R$ 13 milhões em modernização das operações e em outras benfeitorias.

Será vencedor quem oferecer o maior ágio, classificado pela Antaq de “custo de oportunidade do negócio”. Além desses valores, o ganhador da licitação deverá pagar à autoridade portuária tarifas 21% e 28% maiores pelo metro quadrado de área arrendada e pela tonelada de carga movimentada. A cobrança passará de R$ 1,56, atual, para R$ 1,90 por metro quadrado no terminal.

A Cosan, maior grupo de açúcar e álcool do mundo, apontada como uma possível participante nesta briga, não participará do leilão, mas deixou a porta aberta para se unir a um vencedor no futuro, conforme apurou o Valor.. Procurada, a empresa não retornou as ligações.

Segundo informações obtidas na Codesp foram vendidos 33 editais da licitação, o que demonstra o forte interesse pelo leilão do terminal, o maior de grãos do país. Os demais grupos interessados do ramos de grãos e açúcar são Caramuru, Multigrain, ADM, ED&F Man, Sucden, Noble Group, além da Vale e sua ferrovia FCA e do Wilson, Sons.