Todo começo de ano é a mesma situação. Geralmente nos dois primeiros meses os criadores enfrentam problemas. Por conta do calor e das férias o consumo cai bastante, mas este ano outro fator deixou os criadores ainda mais preocupados.
Os preços do milho e da soja, principais ingredientes da ração, subiram. Mateus Flório Neto é criador de suínos há 22 anos. Dono de uma granja com 25 mil animais no município de Alambari, em São Paulo, ele diz que o setor vive um dos piores momentos. “A diferença que nós temos desses valores hoje geram mais ou menos um custo de 30%, 40% mais caro”, conta o criador.
O criador adotou algumas medidas. Cortou gastos e mudou o sistema de engorda. Os animais agora são levados para o abate mais cedo porque quando ficam mais velhos consomem cerca de 20% a mais de ração, para o mesmo ganho de peso diário. “Antes a gente vendia o animal na casa de 92 a 96 kg, com 145 dias. Hoje estamos vendendo eles na casa de 82 a 85 kg, com 135 dias. Com alta tendência a baixar isso”, completa Flório.
Sem produzir o esperado alguns suplementos nutricionais deixaram de ser incluídos na ração. Mudanças que vão continuar até o consumidor voltar a comer carne de porco e o setor se restabelecer.