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Economia

Carne suína nunca esteve tão vantajosa em relação às substitutas

O preço médio da carne suína no atacado da Grande SP equivale praticamente à metade do preço da carcaça casada de boi (inclui dianteiro, costelas e traseiro, com osso).

Carne suína nunca esteve tão vantajosa em relação às substitutas

O preço médio da carne suína no atacado da Grande SP equivale praticamente à metade do preço da carcaça casada de boi (inclui dianteiro, costelas e traseiro, com osso). Esta é a maior diferença já registrada na série do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, considerando-se dados desde 2004.

A desvalorização relativa da carne suína (que eleva a sua competitividade) decorre da combinação de preços firmes e elevados da carne bovina com quedas da suína. Conforme dados do Cepea, na Grande SP, maior mercado consumidor do País, a carcaça casada do boi teve média de R$ 10,01/kg em fevereiro e a suína, de R$ 5,24/kg, o que levou a diferença a 4,77 reais por quilo. Há um ano, a distância entre os preços (médias mensais) era de 3,44 reais/kg.

Em relação à carne de frango, geralmente mais barata, a diferença atual frente à suína é a menor desde setembro/12, aponta o Cepea. Na média de fevereiro, o frango inteiro resfriado foi negociado a R$ 4,05/kg, com a carne suína tendo vantagem de apenas 1,17 real/kg.
 
 Conforme pesquisadores do Cepea, as exportações das três carnes seguem aquecidas, puxadas pelo dólar valorizado. A grande diferença entre o mercado bovino e os demais é que, enquanto a oferta de bois para abate se mantém baixa há muitos meses, a de frango e suínos tem se apresentado superior à demanda, agravada pela alta nos custos de produção – que estimula produtores, principalmente suinocultores, a antecipar a venda.
 
 O Brasil é o quarto maior exportador mundial de carne suína, atrás dos Estados Unidos, da União Europeia e do Canadá. Nos mercados bovino e de frango, o País se posiciona na liderança mundial.

 
Poder de Compra 

A equipe Cepea comparou quantos quilos de cada carne poderiam ser comprados com R$ 50,00 em fevereiro de 2015 e em fevereiro deste ano. De lá para cá, em termos nominais (ou seja, sem que os valores tenham sido atualizados pela inflação), o frango inteiro congelado se valorizou 16% e a carcaça casada bovina, 12,5% (a peça dianteira, com cortes mais baratos, teve alta de 20,5% e a traseira, cortes mais caros, de 7,3%). Já a carcaça casada suína está 4% mais barata que há um ano.
 
 Considerando-se cortes específicos, o preço do peito de frango, por exemplo, está 14,5% mais caro, o do patinho, 13,6% e o lombo suíno se valorizou 15,2%.
 
 Na avaliação do poder de compra de R$ 50, constata-se que, no ano passado, era possível comprar 11,6 kg de peito de frango, 5,2 kg de lombo suíno ou 3,7 quilos de patinho bovino no atacado. Um ano depois, os mesmos R$ 50 equivalem a 10,3 kg de peito de frango, a 4,5 kg de lombo ou a 3,26 kg de patinho. Portanto, compra-se 11% (ou 1,3 kg) a menos de carne de frango ou 13% a menos (ou 0,7 kg) de lombo suíno. Quem optar pelo patinho bovino, leva para casa praticamente meio quilo a menos – redução de 11%.

Inflação

Quando são considerados os efeitos da inflação no período, observa-se que os preços das carnes tiveram pequenos aumentos reais. O patinho bovino passa para R$ 14,96, o peito de frango, para R$ 4,79 e o lombo, para R$ 10,62.