A produção brasileira de carne suína vai crescer 22% nos próximos dez anos. Em 2022, a suinocultura brasileira vai produzir 4,1 milhões de toneladas de carne suína. Desse total, 3,4 milhões de toneladas serão consumidas no mercado interno – cujo consumo deve saltar para 15,7 quilos por habitante ao ano – e 700 mil toneladas serão direcionadas ao mercado internacional.
São essas as projeções do “Outlook Brasil – Projeções para o Agronegócio”, amplo estudo realizado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) em parceria com o Instituto de Estudos do Comércio e Negociações Internacionais (Icone) e lançado ontem em São Paulo.
De acordo com o estudo, entre 2012 e 2022, espera-se que o ritmo de crescimento da produção suinícola atinja 1,8% ao ano. Esse crescimento deve ser absorvido, sobretudo pelo mercado interno, mas as exportações também devem avançar. Segundo o trabalho feito pela Fiesp e Icone, o consumo de carne suína vem ganhando participação na demanda doméstica em relação às carnes bovina e de frango. Em 2011, por exemplo, a demanda interna avançou 2,1% em relação ao ano anterior, alcançando 14,3 quilos per capita. O estudo projeta para 2022 uma ampliação do consumo interno para 15,7 quilos por habitante ao ano, totalizando um volume de 3,4 milhões de toneladas, um aumento de 23%.
Comércio internacional – Os embarques de carne suína brasileira para outros países também devem aumentar e sustentar o crescimento futuro da produção. As projeções do Outlook indicam um crescimento de 28% das exportações suinícolas brasileiras nos próximos dez anos. Isso significa o envio de 700,2 mil toneladas de carne suína brasileira para outros mercados em 2022. Esse volume representa uma taxa anual de expansão de 1,3% para o período projetado, equivalente ao observado entre 2002 e 2011.
O estudo enfatiza que essa projeção não contempla a abertura de novos mercados, como por exemplo os Estados Unidos, que reconheceram o Estado de Santa Catarina como livre de febre aftosa sem vacinação. Isso significa, aponta o estudo, que existe um mercado potencial elevado para a carne suína brasileira, mas que as exportações brasileiras continuarão sendo prejudicadas pelas barreiras comerciais. Em que pese esses percalços, o estudo projeta que, mesmo sem grandes acordos comerciais, haverá aumento da participação brasileira no comércio global de carne suína. Segundo as projeções feitas pela Fisp e pelo Icone, as exportações devem representar 17,2% da produção total brasileira em 2022, contra os 16,4% registrados em 2011.
A força do Sul – Assim como na avicultura, a região Sul é a mais dinâmica na produção de carne suína e detém uma participação de 60% do total em 2011. Esse percentual vai crescer nos próximos dez anos. As projeções do estudo apontam para uma participação de 61% da região Sul na produção total de suínos em 2022, aumentando a produção para 496 mil toneladas em relação a 2011. Esse avanço significa uma taxa de crescimento anual de 1,8%. Entretanto, a dinâmica regional da suinocultura não deve ser muito diferente do que é hoje, considerando as restrições sanitárias quanto à regionalização das exportações. Com informações do Outlook da Fiesp/Icone.