Demanda crescente por carne bovina em um momento de oferta reduzida de boi gordo para abate está dando um novo patamar aos preços do produto.
“Já se paga US$ 53 por arroba de boi e o mercado continua aceitando esses preços”, diz Juan Lebrón, diretor-executivo da Associação Nacional dos Confinadores (Assocon).
A arroba de boi, que vem com tendência de alta há várias semanas, atingiu R$ 92 ontem no mercado paulista.
Do lado da demanda, Lebrón disse que há uma contínua incorporação de novos consumidores no setor, devido ao aumento de renda.
Do lado da oferta, o País vem de um período de abate de matrizes que gerou forte redução na oferta de bezerros para confinamento ou engorda em pastos.
A conjugação desses dois fatores provoca “uma mudança no preço-limite da carne”, segundo o diretor-executivo da associação.
A situação é tão confusa que “está difícil até para determinar a quantidade de gado confinado no País”, diz o diretor-executivo da Assocon, entidade que realiza a Interconf, em Goiânia -evento para discutir os desafios do setor.
A situação está complicada, mas pode ficar mais ainda, na avaliação de Lebrón. De dezembro a fevereiro vai escassear ainda mais a oferta de bois, tanto os confinados como os procedentes de pastos.
Um dos grandes problemas da pecuária é obter um equilíbrio no setor, o que permitiria um investimento no rebanho. O cenário atual de oferta menor e de preços elevados poderia incentivar esses investimentos, mas o pecuarista está preocupado com a solidez das indústrias, diz ele.
Houve uma grande concentração de frigoríficos no setor, mas agora é hora de uma gestão mais clara dessas empresas. Sem segurança, o pecuarista não se sente seguro para investir.