Por mais um mês seguido, os embarques de grão e farelo de soja vêm perdendo espaço e neste acumulado de 2010 contra igual período de 2009 apresenta recuo de 2,29% em volume de negócio, passando de US$ 2,11 bilhões para US$ 2,06 bilhões, participando de 54,77%% do total movimento pela pauta estadual no período. Se a soja perde espaço, as carnes bovinas e de aves ampliam a participação nas exportações. Os cortes bovinos registram incremento de 47%. Os negócios passaram de US$ 150,69 milhões para US$ 221,51 milhões. Os embarques de aves obtiveram crescimento de 63,35% ao faturar US$ 68 milhões.
Os embarques mato-grossenses têm como destino a China e a Holanda e revelam incremento nas negociações com o Irã, incrementadas em mais de 75%. Os chineses são atualmente responsáveis por 37,54% dos mais de US$ 3,77 bilhões movimentados pelo Estado nos últimos cinco meses. Em relação ao mesmo período do ano passado, a evolução no comércio é de 32,26%. A Holanda, entrada dos produtos mato-grossenses na Europa, é o segundo maior consumidor, entretanto a evolução anual é de pouco mais de 10%.
O aumento das relações comerciais com o Irã está sendo observado também nas exportações brasileiras. O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, prevê que as sanções ao Irã, aprovadas ontem pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, devem possibilitar o aumento das vendas para aquele País, principalmente de alimentos. “Vários países devem se retrair (as vendas) com a sanção aplicada pela ONU. Isso abre uma porta de oportunidades para o Brasil”. O ministro disse que o Irã passou a ser, este ano, o segundo maior comprador de carne do Brasil.
Ele lembrou que liderou recentemente uma missão empresarial ao Irã. Lembrou também que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva também anunciou em visita ao País uma linha de financiamento para importadores iranianos comprarem produtos brasileiros, no valor de 1 bilhão de euros, nos próximos cinco anos.
Importações– As compras realizadas por Mato Grosso apresentam alta de cerca de 70% de janeiro a maio deste ano em comparação com igual período de 2009. Conforme dados do MDIC as importações passaram de US$ 233 milhões para US$ 396 milhões. Na pauta das compras os principais produtos adquiridos são as matérias-primas para produção dos insumos agrícolas como uréia, nitrogenados e cloreto de potássio.