Os preços para os produtores dos três principais tipos de carnes consumidas pelo brasileiro fecham mais uma semana em queda. Mesmo com o início do período frio, quando a demanda aumenta, boi gordo, frango e suínos continuam desvalorizados, segundo as análises do Centro de Estudos e Pesquisas Aplicadas (Cepea).
O frango resfriado observou a maior desvalorização nos últimos 40 dias. O quilo está sendo negociado por R$ 2,52, o que representa redução de 12,6%. No mesmo período, a média da carcaça suína caiu 9,9%. O menor recuo foi registrado pelos preços da carne bovina, que estão 5,6% mais baixos para o produtor.
Segundo a pesquisadora Camila Ortelan, do Cepea, os menores valores para o boi para o consumidor estão puxando os preços das outras carnes para baixo. “É a carne preferida do brasileiro. Se tiver preço mais competitivo, obriga os tipos concorrentes a baixarem preço também”, afirma.
Para Camila, a carne bovina está mais barata porque alguns pecuaristas estão negociando lotes já prontos para o abate antes do início da entressafra, quando a falta de chuvas e as temperaturas mais baixas diminuem a qualidade das pastagens. “Essa é uma época em que diminui a qualidade e os animais podem perder peso”, diz.
No caso do frango, além da concorrência com o bovino, a queda das exportações em abril aumentou a quantidade do produto no mercado. A oferta do suíno também está alta. Segundo o Cepea, muitas indústrias apresentam estoques relativamente elevados, principalmente no Sul do País, pólo de exportação. “A Rússia continua embargando a carne suína do Brasil e os produtores gaúchos colocam o produto no mercado interno”, conta Camila.
Conforme a pesquisadora, o recuo dos preços das carnes deve ser interrompido em junho, quando os metereologistas preveem temperaturas mais frias – em algumas regiões há risco de geadas. No outono e no inverno, as pessoas se alimentam mais e aumentam a demanda fontes de proteínas, principalmente carnes.