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Mercado Externo

Carnes têm fortes altas no Hemisfério Norte

Clima adverso afeta produção de carne bovina, enquanto doença colabora para sustentar mercado de suínos.

Carnes têm fortes altas no Hemisfério Norte

Os aficionados por churrasco que afiam os espetos e aquecem as grelhas à espera do verão no Hemisfério Norte estão chocados com os preços elevados da costela suína e da carne bovina.

Os preços da carne suína subiram depois que um vírus que dizimou criações na América do Norte se espalhou para outros países da América Latina e da Ásia. Os da carne bovina também aumentaram bastante nas principais regiões produtoras dos Estados Unidos, da Austrália e da Nova Zelândia depois que a estiagem reduziu os rebanhos em um momento de demanda crescente.

Os preços deverão permanecer elevados este ano, uma vez que a pressão sobre a oferta não dá trégua, segundo analistas. “Não há sinais de queda nos preços da carne bovina em termos globais, e o vírus que afetou a produção de carne suína vem tendo grande impacto”, diz Albert Vernooij, analista do Rabobank.

As cotações da carne suína magra na Bolsa Mercantil de Chicago (CME) já acumulam alta de 37% em 2014, enquanto os preços do boi para engorda nos contratos negociados também na CME estão perto de novos recordes depois de subirem 16% desde o início do ano.

Em razão do surto de diarreia epidêmica suína nos EUA, no México, no Japão e na Coreia do Sul, o Rabobank passou a projetar queda na produção mundial de carne suína em 2014. Nos EUA, o banco confirma a tendência de recuo de 6% a 7%; no México, poderá atingir 10%.

No caso da carne bovina, o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) acredita que a produção do país em 2014 será a menor em duas décadas. “A seca no Texas e em Oklahoma piorou no mês passado, criando novos complicadores à produção”, informou o USDA.

Na Austrália, a seca levou os produtores a antecipar o abate, o que reduziu o rebanho bovino disponível, e falta de chuvas também prejudicou a Nova Zelândia e o Brasil.

Os preços mais altos não deverão deter a demanda por importação, especialmente da China, cuja indústria doméstica não consegue atender ao crescente apetite da população por carne bovina. E o USDA prevê um crescimento adicional da demanda por importação em países como Venezuela, Angola, Chile e Arábia Saudita.

Enquanto isso, no varejo americano os preços médios da carne suína registraram valorização de 3,2% em abril em relação a março, a maior alta mensal desde 1996. Na mesma comparação, a carne bovina e a carne de vitelo subiram 3% e passaram a acumular alta de 10% no primeiro quadrimestre.

Assim, o USDA passou a projetar aumentos médios de preços de 5,5% para a carne bovina em 2014 na comparação com 2013, de 6,5% para a carne de vitela e de entre 3% e 4% para a carne suína.