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Suinocultura

Carta aberta dos suinocultores brasileiros ao País

Leia carta divulgada pela Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), em nome de seu presidente, Marcelo Lopes.

Carta aberta dos suinocultores brasileiros ao País

Diante dos momentos de apreensão dos últimos meses, a Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), vem se mobilizando junto aos diversos elos da cadeia para buscar junto ao Executivo e Legislativo saídas para superarmos essa crise que assola do setor de suínos.

Abaixo, uma carta aberta que expõe a atual situação dos nossos suinocultores e o posicionamento da entidade para os próximos meses.

Carta aberta dos Suinocultores Brasileiros ao País

Ao longo da sua história, os suinocultores brasileiros têm cumprido, de maneira eficaz, suas responsabilidades com a população, tanto no abastecimento interno como nas exportações. 
Graças a uma suinocultura de elevado nível tecnológico, as famílias brasileiras têm sido abastecidas a preços compatíveis com seu poder aquisitivo, em carnes e produtos derivados de suínos.
Da mesma forma, o país tem se beneficiado na balança de pagamentos, nas diversas formas de exportação de suínos, ocupando atualmente o quarto lugar nas exportações mundiais, perdendo apenas para Estados Unidos, União Europeia e Canada, países tradicionalmente produtores de suínos.
O bom desempenho da suinocultura brasileira exigiu, ao longo do tempo, pesados investimentos em instalações, tecnologia, capacitação de mão-de-obra, além de marketing, em todos os elos da cadeia produtiva, seja na granja do produtor ou nas indústrias de processamento e comercialização.
A atual crise da suinocultura é, sem dúvida, a mais grave de todas já enfrentadas e poderá ter consequências imprevisíveis se providências tempestivas não forem tomadas. A possível paralisação das atividades desse setor, ainda que parcialmente, trará consequências econômicas e sociais de elevados custos para sua recuperação. As granjas desativadas, por exemplo, levariam no mínimo dois anos para se reestruturarem com significativos gastos, gerando novos financiamentos e onerando ainda mais os produtores já descapitalizados. 
Todos estamos conscientes dos reflexos da atual crise mundial, em função das dificuldades dos países europeus, da lenta recuperação da economia dos Estados Unidos, e do menor crescimento da economia asiática, particularmente da China, e suas consequências para o Brasil.
Mesmo com os recentes fatos que afetaram a economia mundial, a crise que vivemos tem que ser encarada como uma ocorrência inerente à essa dinâmica social e sua globalização, e assim deverá que ser tratada. Sempre houve crises e continuarão a existir ao longo da história do nosso setor. Há, todavia, o fator positivo por despertar o inconformismo e o desejo de mudanças. Pior do que as crises é o clima de incertezas com relação às medidas para sua solução. Este é o sentimento dos suinocultores brasileiros.
A hora não é de descrença nem de frustrações. Este não é o momento de jogar a toalha ou de abandonar o barco. A ocasião é de exigir mudanças nas medidas de apoio tanto do poder Executivo como do Legislativo, por meio de medidas concretas e objetivas que visem dar o devido fôlego e o necessário incentivo a toda cadeia produtiva da suinocultura.
Os suinocultores brasileiros, por meio da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), entidade que representa os produtores, ao lançar esta Carta Aberta ao País, apresenta as seguintes sugestões:

• Votação do PL 7416/2010, que inclui a carne suína na Política de Garantia de Preços Mínimos do Governo Federal, o projeto já se encontra na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados, último passo para ir a plenário;
• Votação do PL 330/2011, lei das integrações, que se encontra na Comissão de Constituição e Justiça do Senado;
• Prorrogação das dívidas de investimento e custeio pecuário dos suinocultores brasileiros;
• Liberação extra limite do crédito de custeio no valor de R$1.200.000,00 por suinocultor conforme aprovado no Plano Safra 2012/2013;
• Inclusão da suinocultura no PL 2092/2007, que trata da reestruturação do passivo do setor rural brasileiro, alongamento das dívidas, que está em análise na Comissão de Finanças e Tributação.
• Criação de um fundo garantidor de crédito do governo federal para empréstimos de custeio e financiamento para a suinocultura Brasileira no valor de R$ 1.000.0000,00
• Leilão de VEP de milho dos estados do Centro-Oeste para os estados da região Sul do Brasil e para São Paulo;  
 
Estamos cientes das nossas responsabilidades e vamos enfrentar a atual situação com determinação e honestidade de propósitos, irmanados com o poder Executivo, o Legislativo e com a sociedade civil para que as mudanças que preconizamos sejam de fato implementadas.

Suinocultores brasileiros, não desaminem, não abandonem a nossa trincheira de luta, sejam perseverantes e acreditem que a nova suinocultura veio para ficar.

Por isso, a ABCS organiza para o dia 12 de julho um ato público de protesto na esplanada dos ministérios, em Brasília. Para que esta situação mude de rumo, será realizada uma audiência pública na Comissão de Agricultura do Senado Federal, onde representantes das associações estaduais, suinocultores, indústrias, Ministério da Agricultura, Ministério da Fazenda e sociedade como um todo reivindicarão politicas públicas que atendam e solucionem os problemas enfrentados pelos suinocultores brasileiros há mais de um ano. 

Marcelo Lopes, presidente da ABCS

A iniciativa “Preço Justo para Produzir” foi desencadeada durante a AveSui América Latina em São Paulo e busca fortalecer a suinocultura nacional e combater a crise que assombra o setor há meses.