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Exportação

Cautela deve ser mantida apesar da alta na exportação de frango

Apesar do aumento dos embarques, é preciso ter controle sobre o mercado interno.

O presidente da União Brasileira de Avicultura (UBA) ressaltou que apesar do incremento verificado nas exportações de carne de frango em março (alcançando 306,5 mil toneladas), o setor ainda necessita manter uma posição de cautela quanto a produção. “Houve recuperação nos embarques, mas ainda é preciso manter controlado o volume disponibilizado no mercado interno”, afirma.

“Uma oferta por volta de 550 mil toneladas mensais continua razoável”, acrescenta. Na opinião de Ariel Mendes, no atual momento um aumento da produção seria complicado e pressionaria ainda mais o setor. “O consumo per capita anual de proteína animal no País já está elevado, com 39 quilos de frango, 37 quilos de carne bovina e 13 quilos de carne suína e ainda não há grandes sinalizações de que possa haver um crescimento imediato”, avalia. “Se houver atualmente uma disponibilidade interna de 650 mil toneladas de carne de frango ela possivelmente não será absorvida pelo mercado”, analisa.

Ariel Mendes destaca que de certo modo o setor avícola foi surpreendido pela decisão do setor varejista de não reduzir o preço do produto para o consumidor. “Esperávamos que o preço fosse cair um pouco para o consumidor, o que na prática não ocorreu”, disse. Segundo ele, o preço da carne de frango, mesmo sendo ainda a mais barata, continuou acompanhando a alta da carne bovina e, mesmo com a crise financeira mundial e o aumento do desemprego no Brasil, os preços não sofreram recuo na ponta vendedora.

“Houve uma queda significativa na demanda por proteína animal no País, mas o setor varejista continua colocando uma margem acima de R$ 1,00 para cada quilo de frango negociado. Com isso, mesmo vendendo menos, diante do recuo no consumo, ele consegue manter sua lucratividade. Quem acaba sendo prejudicado são as granjas, cooperativas e indústrias, que dependentes do varejo, permanecem vendendo frango barato e sem possibilidade de repasse no preço”, desabafa. Em relação ao curto prazo, Ariel sinaliza que as exportações de abril devem ficar levemente superiores aos volumes a março. “Esperamos embarques de 315 mil toneladas neste mês e uma gradativa recuperação nas vendas no segundo semestre, mantendo uma projeção de crescimento de 3% no mercado interno e de 5% nas exportações ao longo deste ano”, conclui.