O avicultor Claudiomir Martins de Lima, de Chapecó, quase abandonou a atividade. A agroindústria com quem trabalhava atrasou o pagamento de três lotes de 11 mil frangos cada. Para sobreviver, dependia do dinheiro da produção de leite na propriedade da família.
Quando recebeu, afirma ter ganho o suficiente apenas o para pagar os custos de produção da propriedade.
Com o aumento do valor da carne de frango, ele espera que ocorra uma valorização para o produtor também.
“Nossa esperança é voltar a ter lucro”, desabafa.
Ele até trocou de empresa e se animou novamente com a perspectiva de melhoras no mercado.
O diretor-executivo do Sindicatos das Indústrias de Carnes e Derivados de Santa Catarina (Sindicarnes), Ricardo Gouvêa, avalia que o momento de preços em alta representa a recuperação dos ganhos em toda a cadeia produtiva da agroindústria catarinense, que vinha trabalhando com dificuldade desde a crise mundial de 2008.
“O aumento da carne bovina ajudou a alavancar as outras carnes”, reconhece o presidente da Associação Catarinense de Avicultura, Cléver Ávila.
No entanto, ele considera que o maior fator para o aumento foi a elevação dos custos, impactados pelo aumento do preço do milho e do farelo de soja.