A situação dos suinocultores brasileiros parece ficar cada vez pior e muitos se perguntam: qual o limite das desvalorizações do animal vivo? Em algumas regiões acompanhadas pelo Cepea, os preços pagos pelo quilo do suíno chegam a ser menores que valor pago pelo quilo do frango vivo.
Em junho, o Indicador do Suíno Vivo CEPEA/ESALQ recuou 9% em São Paulo, encerrando o mês a R$1,92/kg. Os Indicadores de Minas Gerais e Paraná caíram 8% no mês, a R$ 2,15/kg e R$ 1,79/kg, respectivamente, no dia 29. Em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, as quedas foram de 4%, com o quilo a R$ 1,84 e a R$ 1,86, respectivamente, no final de junho.
Em algumas regiões do Sul do País, os preços pagos ao produtor independente chegam a apenas R$1,50/kg, com o frigorífico buscando o animal na propriedade. Já o valor pago pelo frango vivo em Toledo (PR), por exemplo, foi de R$ 1,76/kg na média de junho, sendo que, no encerramento do mês, o preço médio já era de R$ 1,85/kg. As desvalorizações do suíno vivo no correr de junho chegam a ser, inclusive, superiores às registradas em junho do ano passado, quando os preços também
estavam recuando. Naquele momento, o mercado suinícola estava fortemente pressionado, devido à interrupção dos embarques para a Rússia, o que fez com que a disponibilidade interna da carne aumentasse.
Agora, em 2012, o motivo das quedas é a demanda doméstica enfraquecida associada à maior oferta de animais por parte dos suinocultores. Diante deste cenário de queda generalizada, associações de suinocultores têm se mobilizado, em busca de um preço justo para produzir, mas o fato é que as cotações do suíno ainda não dão sinal de recuperação. Para agravar o contexto doméstico atual, dados da Secex indicam queda nos embarques de carne suína in natura em junho e os preços do farelo de soja não param de subir.
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http://www.cepea.esalq.usp.br/comunicacao/Cepea_BoletimSuino_22.pdf