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Economia

Cepea prevê elevação de preços do suíno

<p>Preço do suíno será determinado pela demanda do mercado interno. Produção deve inspirar confiança ao consumidor.</p>

Como o inverno é um período em que normalmente o preço do suíno sobe um pouco, a expectativa é o valor sair da faixa de R$2 quilo do animal vivo e passar para R$ 2,50. O valor ainda é baixo ante os custos de produção, mas é um primeiro passo de reação do mercado. A previsão é difícil pois depende da demanda, principalmente do mercado interno. Entre 70% e 75% do consumo ficam dentro do país, que é o que determina o preço.

A análise é de Matheus Henrique Sclaglia Pacheco de Almeida, do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq/USP, de Piracicaba, um dos debatedores da mesa redonda promovida pela Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS), Câmara Setorial da Carne Suína do Estado de São Paulo e Associação Catarinense dos Criadores de Suínos (ACCS) na última segunda-feira (20/07), em Campinas, para discutir a formação de preços do suíno no Brasil.

A função do Cepea é analisar o mercado através de contatos com produtores, cooperativas e frigoríficos ajudando-os com informações de mercado para que saibam tomar a melhor decisão. “Nossa colaboração é no sentido acadêmico, de pesquisa, para tentar traduzir os números do mercado”, disse o debatedor. “A queda nas exportações, a gripe A conhecida por gripe suína e a oferta maior que a demanda são fatores que impactam o mercado”. Para descortinar um cenário bom daqui para a frente, é preciso, segundo Matheus, que o consumidor volte a ter confiança no produto, que é bom e de qualidade, que o cenário externo volte à normalidade e a produção seja regularizada, ou seja, um equilíbrio entre oferta e procura.

“Não se sabe exatamente o quanto de queda houve no consumo em razão da gripe A. Não temos dados sobre isso. O último levantamento disponível de produção feito pelo IBGE, por exemplo, é do primeiro trimestre de 2009. A gente tenta ajudar o produtor na medida do possível, buscando criar mecanismo para levantamento de dados a fim de abastecer o produtor de informação real, e não especulativa”, explica Matheus.

No seu entender, o setor deve procurar investir mais em marketing para mostrar as qualidades da carne suína. Muitos consumidores ainda desconhecem que o presunto, o salame, o lombo, por exemplo, são derivados do suíno.