Redação (03/02/2009)- A China, o maior produtor mundial de grãos, vai elevar para um nível recorde os subsídios diretos ao plantio de lavouras de grãos e oleaginosas e aumentar a compra desses produtos para as reservas governamentais, a fim de respaldar os agricultores, em meio à queda dos preços dos produtos alimentícios básicos.
O governo chinês pretende aumentar os subsídios em 17%, para 120 bilhões de iuan (US$ 17,5 bilhões) este ano, disse ontem Chen Xiwen, diretor do Grupo Principal da Atividade Rural Central, do Conselho do Estado.
Os preços dos grãos e oleaginosas despencaram em 2008 na China com o colapso mundial das commodities agrícolas, que barateou as importações. Cerca de 15% da população rural chinesa de migrantes, de 130 milhões de pessoas perdeu emprego, o que torna a renda agrícola uma prioridade, disse Chen.
"O governo parece estar firmemente disposto a combater a desaceleração da economia por meio da elevação da renda rural e da demanda interna", disse Liu Defeng, analista da Cifco Futures Co., por telefone a partir de Dalian." O sinal do governo é claro – ele continuará elevando os preços dos produtos agrícolas e os estoques se os preços continuarem caindo".
Os contratos futuros de trigo negociados na Bolsa de Commodities de Zhengzhou tiveram alta de 2,3%, passando a ser negociados a 1.997 iuan (US$ 292) a tonelada. O contrato de algodão subiu 1,1%, para 11.815 iuan a tonelada. Os preços do óleo de soja despencaram 42% em 2008 na China, enquanto a queda do algodão alcançou 18%. As reservas governamentais vão aumentar as compras das commodities alimentícias para enxugar a superoferta de grãos, algodão, óleo de cozinha e carne de porco, disse Chen. "Quando a economia enfrenta dificuldades, precisamos assegurar que a agricultura não tenha problemas, principalmente na produção de grãos", disse Chen. O subsídio ajudará a custear mão-de-obra, sementes de alta produtividade e equipamentos. A China também vai elevar os preços aos produtores de trigo e arroz, disse ele.