A China enfim confirmou que enviará uma missão de inspeção ao Brasil para decidir se suspenderá o embargo à carne bovina brasileira, em vigor desde o fim de 2012 em razão da confirmação de um caso atípico de “vaca louca”. Mas decepcionou a delegação liderada pelo vice-presidente Michel Temer ao se recusar a marcar uma data para isso.
Nas reuniões técnicas, os chineses chegaram a argumentar que teriam recebido um documento brasileiro com assinatura ilegível, o que foi recebido com estranheza. Depois, oficialmente, afirmaram que uma solução para esse caso tornou-se “prioridade” para seu Subcomitê de Inspeção, Qualidade e Quarentena.
Entre alguns negociadores, há o sentimento de que Pequim deixará para decidir algo sobre o tema na visita oficial do presidente Xi Jinping ao Brasil – que ele preferiria fazer em julho de 2014, durante a Copa do Mundo de Futebol.
O clima ficou mais tenso com o pedido brasileiro para a habilitação de novos frigoríficos exportadores de carnes de frango e suína, sinal de que o tema é de especial relevância para o setor privado e para a diversificação das exportações brasileiras. A delegação chinesa disse que levaria a demanda “às autoridades competentes”. Como os brasileiros continuaram a pressionar e os chineses a resistir, o Brasil se recusou a assinar a ata da reunião da subcomissão.
No encontro, a China também pediu para o Brasil facilitar o acesso de seus pescados, peras e lácteos. O país quer exportar pescado de água doce, mas as vendas tiveram problemas, até pela qualidade. Nos lácteos, é preciso aval do Ministério da Agricultura e da Anvisa, em razão de recentes escândalos envolvendo a contaminação de leite na China.