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China e açúcar dominam as exportações de cooperativas

<p>Se considerados os complexos, o segmento sucroalcooleiro fica em terceiro, atrás da soma das carnes bovina, suína e de aves.</p><p></p>

Redação (12/09/06)- As exportações das cooperativas brasileiras seguem uma lógica distinta dos resultados tradicionais expressos na balança comercial do agronegócio. Nada de soja, carnes ou álcool na liderança do ranking. De janeiro a junho de 2006, quando as vendas externas das sociedades cooperativas somaram US$ 1,07 bilhão – 5% mais que no mesmo período de 2005 – o principal produto exportado pelo segmento foi o açúcar. E a maior parte (27%) foi embarcada para a África do Sul, um mercado considerado não-tradicional nas vendas do agronegócio brasileiro.

     
“As vendas da Copersucar, que é a maior cooperativa exportadora, ajudam a explicar a diferença entre as balança global do agronegócio e os embarques do nosso segmento”, afirma Evandro Ninaut, gerente de mercados da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB).
           
Na balança global do agronegócio, o açúcar ocupa a segunda posição, atrás da soja em grãos e à frente da carne bovina. Se considerados os complexos, o segmento sucroalcooleiro fica em terceiro, atrás da soma das carnes bovina, suína e de aves. No ranking das vendas externas das cooperativas, a soja em grãos aparece no segundo posto. E a carne de frango, que teve como principal cliente (37%) o Japão no período de janeiro a junho deste ano, figura em terceiro.
     
Cliente: China
Outra diferença marcante nas exportações cooperativas são os destinos. Até junho deste ano, o principal cliente dessas sociedades foi a China, que ocupou o lugar reservado à Alemanha no mesmo período de 2005.
     
De soja em grãos, por exemplo, os chineses compararam 65% do total embarcado pelas sociedades cooperativas brasileiras. As vendas para o país asiático cresceram 52% no primeiro semestre de 2006 na comparação com igual período do ano passado. Na balança do agronegócio, a União Européia mantém-se como principal cliente, seguido de Estados Unidos, Ásia (exclusive China), outros países europeus e a China.
     
A OCB explica o avanço do apetite chinês pelos compromissos de fornecimento a longo prazo firmados pelas cooperativas com importadores de lá. “Eles têm vindo comprar diretamente aqui. Conversaram com cooperativas do Paraná e a detêm quase um mercado cativo”, avalia Ninaut. “Doa o que doer, o deles está garantido. Eles são muito exigentes, mas confiam nas especificações do produto do cooperativismo e nas garantias de rastreabilidade. E ainda há um “plus” em termos de preços”. No ranking dos maiores compradores, os chineses são seguidos por Emirados Árabes (sobretudo de açúcar), Estados Unidos (álcool) e Rússia (carne de suínos).
      
As maiores cooperativas brasileiras, pelo critério de faturamento informado ao mercado, são atualmente Coamo (Campo Mourão – PR), Cocamar (Maringá – PR), Copersucar (São Paulo), C.Vale (Palotina – PR), Lar (Medianeira – PR), Cotrijuí (Ijuí -RS), Corol (Orlândia – SP) e Comigo (Rio Verde -GO).
     
As usinas associadas à Coopersucar, com vendas de açúcar e álcool, e a Coamo, com milho, são os destaques entre as cooperativas nas exportações.