As fortes elevações dos embarques para a China e Hong Kong reduziram o impacto causado pelo embargo imposto pela Rússia à carne suína brasileira desde dezembro do ano passado, informa a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
Segundo Francisco Turra, presidente-executivo da ABPA, o setor entrou em um novo momento, com menor dependência das vendas para o Leste Europeu, diminuindo os efeitos do embargo russo. “As exportações para a China neste início do ano, inclusive, superaram a média dos embarques realizados para a Rússia no primeiro mês dos últimos cinco anos”, explica.
O caso mais emblemático é o da China, que no primeiro mês de 2018 importou 13,5 mil toneladas, resultado que supera em 122% o volume embarcado para o mercado chinês em janeiro do ano passado. As vendas geraram receita de US$ 28,9 milhões, 131% acima do realizado no ano anterior.
Já Hong Kong incrementou suas importações em 23%, com 17,2 mil toneladas exportadas em janeiro de 2018. Em receita, o crescimento chegou a 27%, totalizando US$ 34,8 milhões.
No total, as exportações brasileiras de carne suína (incluindo todos os produtos, entre in natura e processados) totalizaram 54,4 mil toneladas, volume 15,4% inferior ao registrado em janeiro de 2017, com 64,3 mil toneladas.
Em receita, os embarques do setor renderam US$ 111,4 milhões em janeiro, número 19,9% menor que os US$ 139,1 milhões obtidos em janeiro de 2017.
Outros mercados também incrementaram suas importações no primeiro mês do ano. É o caso do Uruguai, que importou 3,1 mil toneladas (+30%); e de Angola, com 2,5 mil toneladas (+7%).
“Os embarques de carne suína devem ser impulsionados neste ano pelas vendas para a Coreia do Sul, que está prestes a abrir seu mercado, conforme informações recebidas do Secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Eumar Novacki, que está em missão na Ásia. Há, também, sinalizações de interesse vindas do Peru e do México”, explica Turra.