Durante as negociações com Chen Deming, ministro do Comércio da China, em Brasília na semana passada, o governo do Brasil entregou a Pequim uma lista de dez produtos processados que deseja começar a exportar, como asas de frango congeladas e óleo de soja. A iniciativa é a primeira etapa de um plano para vender mais produtos de valor agregado para a Ásia.
Esforço – “A relação com a China é muito desequilibrada, não em termos de valor, mas em termos do que negociamos”, disse um funcionário bem informado sobre as negociações comerciais. “Os chineses reconheceram isso e disseram que vão fazer um esforço para mudar a situação.”
Produtos – Minério de ferro, soja e petróleo respondem por cerca de 80% das exportações do Brasil para a China, em parte porque os produtos que passam por processamento mais intenso são limitados por tarifas alfandegárias mais elevadas. O Brasil alega que a tarifa aplicada ao óleo de soja é nove vezes maior do que sobre a soja in natura. Por seu turno, a China, exporta ao Brasil principalmente componentes industrializados baratos, como televisores e peças para aparelhos de ar-condicionado.
Alerta – Economistas alertam para que, se o Brasil não puder em breve começar a exportar mais produtos processados, correrá o risco de se tornar vítima da “doença holandesa”, caracterizada pelo fato de a valorização da moeda nacional, puxada pelos preços das commodities, sufocar a produção local.
Sapatas e joias – O governo brasileiro também exortou a China a estimular a venda de sapatos de luxo e joias do país em seu mercado doméstico. A presidente Dilma Rousseff fez no mês passado uma de suas primeiras viagens ao exterior, indo à China numa tentativa de diversificar o comércio.