A China anunciou a suspensão de suas importações de todos os produtos relacionados com a carne de porco, aves e ovos da Alemanha, assinalando também que controlará a chegada das remessas que já estão a caminho para evitar a entrada se a dioxina for detectada.
Em comunicado publicado no site da Administração Geral de Supervisão de Qualidade, Inspeção e Quarentena (AQSIQ), que regula as importações chinesas, se dirige às autoridades alemãs, que assinalaram ter encontrado dioxina em algumas fazendas.
Especialistas independentes do setor alimentício disseram nesta quarta-feira à Agência Efe que a decisão de Pequim era prevista desde que passou a comprar da Coreia do Sul (carne de porco).
Segundo a AQSIQ em comunicado, as autoridades de agricultura alemãs e os serviços de proteção ao consumidor confirmaram que uma parte de carne de porco, frango e produtos de ovos foram contaminados no processo de fabricação.
Aparentemente, gorduras contaminadas com a dioxina chegaram de uma empresa holandesa à Alemanha e foram distribuídas em diversos lugares do país.
Por isso e “para prevenir a entrada de alimentos contaminados, proteger a saúde e a segurança alimentar do povo da China e segundo sua lei, está suspensa a importação de produtos de porco, aves e ovos da Alemanha desde 11 de janeiro”, afirmou a AQSIQ.
Segundo os especialistas contatados pela Efe, “isto é grave, pois a Alemanha pode ter que esperar quatro anos para voltar a exportar esses produtos”.
“Mas se a dioxina não for mais encontrada a suspensão poderia ser de apenas um ano, como já aconteceu com a Irlanda quando a China aplicou a suspensão preventiva depois que o país detectou dioxinas”, acrescentaram.
No entanto, a medida chinesa é considerada, pelos especialistas do setor, “simbólica”, pois a China importava da Alemanha pouca quantidade destes produtos.
“Mas chega no momento em que a Alemanha ia ampliar as exportações após ter recebido, em outubro, permissão da AQSIQ, que autorizou quatro empresas a enviarem seus produtos à China depois de terem recebido visitas de inspetores em 2008 e 2009”, acrescentaram as fontes.