A Coamo Agroindustrial Cooperativa, de Campo Mourão, direcionou, praticamente, 100% de suas exportações de grãos ao Porto de Paranaguá, em 2009, o que correspondeu a um volume de aproximadamente 1,7 milhão de toneladas. Além de dispor de um terminal em Paranaguá com três armazéns, duas linhas de embarque e duas moegas, a infraestrutura operacional do complexo portuário paranaense foi o que motivou a concentração das operações em Paranaguá.
A informação foi dada pelo vice-presidente da Coamo, Cláudio Francisco Bianchi Rizzatto, que se reuniu, na manhã desta quarta-feira (16) com o superintendente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), Daniel Lúcio Oliveira de Souza, na sede da autarquia. Ele esteve acompanhado do superintendente industrial da cooperativa, Divaldo Corrêa, e do gerente das unidades da Coamo em Paranaguá, Airton Galinari.
“Neste ano de 2009, nós tivemos uma movimentação excepcional por Paranaguá. Em anos anteriores, nós fazíamos metade da movimentação por Paranaguá, metade por São Francisco do Sul. Este ano, nós fizemos em torno de 170 navios em Paranaguá e apenas dois em São Francisco”, relatou Rizzatto. A tendência, segundo ele, é manter as operações concentradas em Paranaguá em 2010.
Apesar de o ano ter sido desfavorável ao comércio exterior, por conta dos reflexos da crise mundial, as cooperativas do Paraná devem fechar 2009 na liderança das exportações brasileiras do setor, atingindo o montante de US$ 1,505 bilhão, segundo dados divulgados no início do mês pela Secretaria de Estado da Indústria, Comércio e Assuntos do Mercosul. Até outubro deste ano, as cooperativas paranaenses alcançaram US$ 1,194 bilhão em vendas contra US$ 770,6 milhões das cooperativas paulistas. Este será o segundo ano consecutivo em que as cooperativas do Paraná lideram exportações brasileiras do setor.
Segundo o vice-presidente da Coamo, o desempenho da cooperativa, este ano, foi um pouco inferior ao de 2008, mas não chegou a ser tão afetado pela crise e pela quebra de safra. “Nossos volumes (de grãos) foram um pouco menores que os volumes de 2008, mas tivemos um trabalho muito forte de preços e logística, o que nos deu condição de receber praticamente a mesma quantidade. Embora a quebra de safra em todo o Estado tenha sido em torno de 30%, a redução no recebimento (de grãos pela Coamo) foi inferior a 10%”, avaliou Rizzatto.
A Coamo deverá fechar 2009 com um faturamento global de R$ 4,5 bilhões (considerando todos os segmentos de atuação da cooperativa): uma queda de 4,25% em comparação ao ano passado. Apesar do recuo, ponderou Rizzatto, a cooperativa antecipou, esta semana, o pagamento das sobras do exercício de 2009 aos cooperados – R$ 28,5 milhões. “Nós devemos, com essa antecipação, e mais o restante da sobra, no mês de fevereiro, passar de R$ 100 milhões, que devolveremos aos produtores, em função do movimento que tiveram na cooperativa no ano de 2009”, acrescentou.
Perspectivas – Para a safra 2009/2010, a expectativa do vice-presidente da Coamo é de crescimento na produção, desde que as condições climáticas continuem favoráveis. “Se São Pedro nos ajudar, como está ajudando até agora, nós vamos ter um recorde de safra no Paraná. Houve redução da área plantada de milho e aumento da área plantada de soja e com as condições climáticas até agora, nós vamos ter uma perspectiva de safra muito boa”, projetou Rizzato.
O “carro-chefe” da cooperativa é a soja, seguida do milho, trigo e aveia. A maior parte dos produtos exportados pela Coamo por meio do Porto de Paranaguá – cerca de 75% – é de farelo de soja. As informações são de assessoria de imprensa.