Medição e precisão ganham importância cada vez maior na avicultura, uma atividade desafiadora na qual centavos podem fazer uma diferença enorme ao longo do ano. Em cenário de pressão nos custos, o uso de novas tecnologias na criação de matrizes pesadas pode ser um aliado estratégico para o produtor, defendeu o médico veterinário e especialista em Frango de Corte e Ambiência da Cobb-Vantress na América do Sul, José Luís Januário, em webinar realizado pela empresa sobre Novas Tecnologias na Criação de Matrizes para profissionais da Seara. “As novas tecnologias virão para facilitar a medição, a precisão dos equipamentos, o monitoramento remoto das granjas e, sobretudo, o bem-estar animal”.
Durante o evento virtual, o especialista de Matrizes da Cobb-Vantress na Europa, Paul Welten, mostrou tecnologias digitais que já estão contribuindo com a mensuração de parâmetros de controle de granjas de matrizes de corte em países da União Europeia, como equipamentos para medir o peso das aves, fazer monitoramento remoto das granjas, medir a iluminação dos galpões, além de várias dicas e orientações de equipamentos, como comedouros, bebedouros e ninhos como foco principal. Logo depois, Januário explorou a realidade da avicultura na América do Sul com orientações de dimensionamento e construções de granjas. “As granjas serão, cada vez mais, dimensionadas e planejadas para o bem-estar das aves”.
Novas tecnologias
Ninho automático, esteiras de transporte de ovos e embandejamento automático nas granjas. Estas são algumas das novas tecnologias que mais devem crescer no mercado brasileiro, acredita o médico veterinário gerente Sênior e Especialista em Incubação da Cobb-Vantress no Brasil, Guilherme Seelent. “São equipamentos com grande impacto na rentabilidade da atividade, na produtividade e que também possibilita um uso mais adequado da mão de obra, um dos desafios do setor”.
Na comparação com os países europeus, ele afirma que a produção de matrizes brasileiras tem menos uso destas tecnologias. “Essa diferença acontece em função da capacidade de investimento do produtor europeu e também de uma escassez maior de mão de obra naquela região, o que aumenta a urgência pela automação”, ressaltou o executivo.
Ele salienta ainda que, apesar de o processo de automação estar mais avançado em países europeus, a produção brasileira tem um nível muito bom de tecnologia. “A larga maioria destas tecnologias inovadoras está disponível aqui e temos novos projetos modernos em construção. Elas vêm para ficar e a gente vai ter que aprender a trabalhar com elas porque ajudam na rentabilidade e na produtividade do negócio com seus bons indicadores produtivos”.
Ele reforça a importância destas tecnologias na biosseguridade da produção avícola, já que menor uso de mão de obra implica uma menor circulação de pessoas na propriedade e lembra da agilidade no avanço tecnológico da avicultura brasileira. “Hoje já vemos um nível grande de automação, com ambientes controlados na comparação com anos atrás. É um avanço tecnológico expressivo no setor e que deve continuar crescendo em ritmo acelerado nos próximos anos para capturar o máximo de rentabilidade”, disse Seelent.
Januário destaca que, mesmo sabendo e vendo os custos elevados de manutenção e também construtivos, as granjas de matrizes precisam estar melhor adaptadas. “Com mais e melhores equipamentos, mínimos que sejam, como cortina bem vedada, ventiladores e nebulizadores, estruturas de biossegurança e equipamentos internos mais eficientes. Como também, agora, com os aviários melhores climatizados e equipados. Estas tecnologias precisam ser melhor compreendidas e dominadas. E sabemos que nós, brasileiros e latinos, estamos sim preparados para tudo isto. Que venham todas as boas sugestões de melhorias na precisão de criação de matrizes e frangos de corte”.