Favorecidas pelo comportamento do câmbio e pela demanda mundial de alimentos, as commodities agropecuárias amenizam os impactos negativos da economia neste ano. Em razão do desempenho dos produtos do campo, o crescimento estimado do Produto Interno Bruto (PIB) de Mato Grosso do Sul, para 2015, é de 3%. Essa variação é significativa em um cenário de retração da economia nacional, com projeção de queda de 3,15%. O valor movimentado pela agropecuária sul-mato-grossense deve alcançar R$ 27,35 bilhões neste ano, com destaque para a soja, pecuária bovina e milho.
Segundo estima a Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico (Semade), o PIB de Mato Grosso do Sul alcançaria, neste ano, R$ 76,492 bilhões, crescimento real (já descontando a inflação) de 5,49% sobre o resultado de 2014. No entanto, conforme o economista da Semade, Eliandres Saldanha, essa projeção deve ser revista para baixo em razão dos impactos do desaquecimento da economia. Apesar disso, de acordo com Saldanha, o Estado, diferentemente da média nacional, deve encerrar o ano com crescimento. “Não serão os 5,49% certamente, mas devemos crescer 3%, no mínimo”, estimou. Em todo o País, segundo economistas do mercado financeiro, o PIB deve retrair 3,15% neste ano e 2% em 2016.
“Historicamente, crescemos acima da média do País”, comentou Saldanha. Essa diferença se relaciona à combinação entre a característica agropecuária da economia sul-mato-grossense e procura mundial por produtos do campo, conforme analisa o economista. “A soja e o milho estão com demanda internacional aquecida. A avicultura e a suinocultura também estão crescendo. Além disso, há expansão dos setores de floresta e sucroacooleiro”, citou Saldanha alguns destaques da agropecuária sul-mato-grossense.
De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o valor bruto da produção (VBP) em Mato Grosso do Sul deve somar, neste ano, R$ 27,349 bilhões, sendo R$ 11,046 bilhões correspondentes à pecuária e R$ 16,302 bilhões às lavouras. Por culturas, os maiores montantes serão movimentados pela pecuária bovina (R$ 8,615 bilhões), soja (R$ 7,666 bilhões) e milho (R$ 4,584 bilhões).