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Sanidade

Com novo selo, Brasil pode exportar frango mesmo em caso de surtos de gripe aviária

Garantia significa que se o país sofresse um surto de gripe aviária, por exemplo, as unidades poderiam continuar produzindo e exportando, porque funcionariam como “ilhas de qualidade”

A avicultura brasileira, líder mundial em exportações de carne de frango, conseguiu mais um avanço significativo na área de sanidade. Pela primeira vez no Brasil uma empresa do setor produtivo de aves recebeu o certificado oficial de Compartimento de Reprodução Livre de Influenza Aviária e da doença de Newcastle.

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em parceria com a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) e a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), concedeu o selo a três filiais da empresa COOB Vantress Brasil, em Minas Gerais, São Paulo e Mato Grosso do Sul, num processo que começou em 2008.

Significa que se o país sofresse um surto de gripe aviária, por exemplo, as unidades poderiam continuar produzindo e exportando, porque funcionariam como “ilhas de qualidade”, mesmo fora de uma área livre definida pelo governo.

“A venda de aves pelo Brasil é algo em torno de US$ 8 bilhões. Já pensou o Brasil sem esses US$ 8 bi na balança comercial, além dos impactos na cadeia produtiva interna? Queremos estimular outras empresas”, afirmou o ministro Blairo Maggi, durante a entrega. Duas outras empresas, a JBS e a BRF, estão no processo de adequação para conseguir a certificação.

O diretor-executivo da COOB para a América Latina, Jairo Arenazio, contou que a criação do sistema começou em 2006, quando foi definida a nova estratégia da empresa que previa que entre 30% e 35% dos negócios deviam vir do comércio exterior. “Naquele momento, verificamos que apesar de o Brasil ser considerado uma ilha sanitária no mundo, nós tínhamos que criar alguma metodologia que garantisse o trânsito internacional da produção”, pontuou.

De acordo com o presidente da ABPA, Francisco Turra, o Programa de Compartimentação é uma das conquistas mais importantes da avicultura mundial. “Para as exportações, é uma espécie de seguro, uma vantagem competitiva frente ao mercado internacional, já que nunca registramos qualquer foco de Influenza Aviária em nosso território. Já para a genética, é uma nova possibilidade para a viabilização de exportações para alguns mercados com os quais ainda não temos acordos sanitários firmados”, ressalta.

Como funciona

A metodologia de compartimento é pautada por alguns pilares. O primeiro é um rigoroso sistema de proteção. As unidades produtivas, sejam grandes ou incubatórias, precisam de um elevado nível de biosseguridade e proteção dos seus planteis, o que inclui desde procedimentos operacionais do dia a dia, como limpeza, desinfecções e rotinas de protocolo de controle de visitas, até uma série de demandas operacionais registradas. “O segundo pilar é que seja feito todo o protocolo de vigilância, ou seja, coleta de materiais para análise de Newcastle e Influenza para não apenas dizer que não tem o vírus, mas provar”, explicou o chefe de divisão de Sanidade de Aves do Mapa, Bruno Pessamilio.