A queda nos preços não deve afetar a produção de milho brasileira para a próxima safra, de acordo com a Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho). Para a entidade, é importante que o milhocultor tenha visão de longo prazo e aproveite o excedente para estimular as exportações do grão, ajudando a garantir que os preços cubram os custos de produção. “Com a produtividade aumentando e sem diminuição da área cultivada, é importante que o produtor enxergue nas exportações uma boa alternativa para continuar plantando milho”, afirma o presidente da entidade, João Carlos Werlang.
Ele destaca que, além dos altos estoques de passagem, a alta produtividade da safrinha – decorrente de muitas chuvas especialmente nas regiões Sul e Sudeste e do maior uso de milho transgênico resistente a insetos – ajudaram a derrubar os preços do grão. De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), os preços acumularam queda de 5,15% em janeiro.
A expectativa é que a safra atual supere ou, pelo menos, iguale a safra passada, que atingiu 51 milhões de toneladas. “É mais fácil administrar abundância do que escassez”, analisa Werlang. “Excesso de milho não é problema. O ruim seria faltar milho”, garante. Segundo ele, as exportações esse ano devem ficar em patamar semelhante ao da safra passada, cerca de 8 milhões de toneladas.
“É preciso aumentar as exportações para que a produção nacional não fique estagnada”, salienta o presidente da Abramilho. “Além do excesso de milho, o câmbio não ajudou as vendas para o mercado externo nesse início de ano, mas a tendência é que volte a ser favorável”, observa.