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Comércio Internacional

Comércio Brasil-Rússia

Fluxo de negócios entre Brasil e Rússia encolheu 46% em 2009 e fica em US$ 4,2 bilhões. Queda atinge importações e exportações

Comércio Brasil-Rússia

A crise financeira mundial derrubou quase pela metade o comércio entre o Brasil e a Rússia, em 2009. No ano da crise, desencadeada em setembro de 2008, o fluxo de comércio entre os dois países foi recorde, chegando aos US$ 7,9 bilhões. No ano passado, ficou em US$ 4,2 bilhões, uma contração de 46%. Segundo levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI), “a queda atingiu tanto as exportações (redução de 38%) quanto as importações (redução de 58%) brasileiras.

O impacto da crise no comércio é um dos principais itens da agenda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que participa amanhã, em Moscou, de um encontro entre empresários brasileiros e russos. Há um ano funciona na capital russa um escritório da Agência Brasileira de Promoção de Exportação, dirigido por Yuri Prestes, filho do líder comunista Luiz Carlos Prestes, que viveu exilado em Moscou, durante o regime militar.

As relações comerciais entre Brasil e Rússia cresceram de forma espetacular entre 2000 e 2008 – nesse período, segundo o perfil sócio-econômico feito pela CNI, “as exportações brasileiras cresceram 1.100% e o saldo comercial foi quase sempre superavitário”.

A Rússia depende da exportação de commodities, especialmente do petróleo, o que deixou a economia vulnerável durante a crise. ” A economia russa foi uma das mais atingidas pela crise econômica mundial, uma vez que o preço internacional do petróleo despencou e secaram os créditos internacionais, dos quais muitos bancos e empresas russos dependiam”, diz a análise da CNI.

Segundo Prestes, o setor mais afetado foi o da carne – em 2008, o Brasil exportou 800 mil toneladas para a Rússia, em 2009, apenas 680 toneladas. A queda é mais acentuada em valores: de US$ 2,6 bilhões para US$ 1,6 bilhão. É que o preço da carne também caiu.

Essa é a situação que governantes e empresários esperam reverter. Segundo Prestes, “o Brasil nunca exportou, sempre foi comprado”. O que ele faz agora, por meio da agência de promoção, é identificar interesses comuns ao vendedor brasileiro e ao comprador russo.