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Comércio proibido

<p>Brasil tenta minimizar embargos no exterior após casos de aftosa em MS.</p>

Da Redação 18/10/2005 – O Brasil tentará consolidar, durante a visita oficial à Rússia, o compromisso permanente para que, em casos de febre aftosa, o país considere a regionalização de focos antes de embargar a importação de carnes brasileiras, afirmou ontem o ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, que se uniu na noite de domingo à comitiva do presidente Lula em Roma.

“O que podemos obter nessa viagem à Rússia é a garantia de que eles [os russos] vão ter uma reação sempre proporcional vendo a situação específica”, explicou o ministro. Ele disse que o apoio do Brasil à inserção da Rússia na Organização Mundial do Comércio (OMC) não está condicionado ao posicionamento que o país terá sobre a aftosa no Brasil. O ministro considera que está praticamente acertado o ingresso russo na OMC.

O Brasil, no entanto, não condicionou a negociação à definição prévia de taxas de exportação. “Obviamente conseguiremos algo que seja satisfatório. O satisfatório, às vezes, não é o ideal. Mas como também haverá uma revisão dentro de poucos anos a gente pode trabalhar nisso [definição de taxas]”, alegou Amorim, enumerando que o interesse comercial brasileiro com a Rússia “vai desde aviões até carnes, passando por serviços”.

Amorim enfatizou, ainda, que recebeu a garantia do ministro russo Lavrone, na última sexta-feira, de que é grande o interesse daquele país em manter as relações comerciais com o Brasil. “A Rússia é um país que tem um certo problema de segurança alimentar, para obter alimentos de boa qualidade e a preços razoáveis. O Brasil está apto a fornecer esses alimentos e tem condições de fazê-lo. Portanto, é do interesse da própria Rússia que esse problema seja resolvido”.

Desde a última visita de Vladimir Putin ao Brasil, disse o chanceler, a Rússia havia demonstrado boa vontade em não restringir na totalidade os embargos à importação de carnes por estar ciente das dimensões continentais do Brasil.

O presidente da Federação Nacional das Indústrias (Fiesp), Paulo Skaff, demonstrou preocupação com os impactos da febre aftosa na balança comercial: “Até o momento o problema é localizado. Infelizmente, foi amplificado, e para o Brasil não é positivo”. A Indonésia ontem se juntou ao grupo de países que barrou importações de carne bovina, subprodutos e carne e ração animal de todo o país.