Redação (02/09/2008)- A influência da exportação do etanol na economia brasileira está dimensionada na projeção que a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgará durante o anúncio do segundo levantamento da safra de cana-de-açúcar 2008, nesta quinta-feira (4), às 14h30, em Sertãozinho/SP. O estudo, apresentado na 16ª Feira Internacional da Indústria Sucroalcooleira (Fenasucro), destaca o etanol “como um novo combustível universal” e analisa a quantidade de litros que será escoada para outros países até 2011.
De acordo com dados da Conab, o Brasil exportou no ano passado 3,53 bilhões de litros de álcool etílico, principalmente para os Estados Unidos, Países Baixos e Caribe. Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) mostram que o faturamento nesse período foi de US$ 1,48 bilhões.
Para chegar aos números e traçar um perfil do setor sucroalcooleiro nos próximos anos, a pesquisa usou uma fórmula matemática e levou em conta resultados de anos anteriores. O trabalho também teve como fontes a Agência Nacional do Petróleo (ANP), Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) e Mdic.
Treinamento – Setenta representantes de mais de 30 países da América Latina, Caribe e África vieram conhecer a experiência brasileira na produção e utilização sustentável do etanol produzido a partir da cana-de-açúcar. Promovido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o programa de treinamento (em inglês, 1st Ethanol Week: sharing the Brazilian experience) se realiza no Centro de Ciências Agrárias, da Universidade Federal de São Carlos (Ufscar), em Araras/SP.
O Brasil, referência mundial no assunto, tem frota estimada em seis milhões de veículos flex fuel. “Houve grande receptividade dos países convidados e o Brasil tem interesse em transmitir informações para que o etanol se consolide como uma commodity e gere investimentos não só internamente, mas também nesses países parceiros”, declarou o diretor de Cana-de-açúcar e Agroenergia do Mapa, Lucas Tadeu Ferreira.
Ferreira disse que os investimentos externos no setor industrial do açúcar e do álcool brasileiro estão em torno de 15%. “Assim como há grupos brasileiros investindo em outros países caribenhos, africanos e asiáticos”, acrescentou. Segundo o diretor, o consumo do etanol já é maior do que o da gasolina e o que os veículos brasileiros flex fuel permitem a utilização de até 100% do etanol hidratado. O álcool anidro é misturado, atualmente, à gasolina na proporção de 25%. O País, desde 1925, faz testes utilizando etanol misturado à gasolina.
As oportunidades do etanol foram citadas pelo professor da Ufscar, Octávio Valsechi, em palestra sobre o intercâmbio do conhecimento e a tecnologia para a produção de etanol. Ele ressaltou o multiuso da cana-de-açúcar com relação às outras culturas usadas para fabricação do etanol, como a vinhaça na ferti-irrigação, o bagaço para energia e o caldo para produção de açúcar e álcool.
Na quarta-feira (3) está prevista uma visita à 16ª Feira Internacional da Indústria Sucroalcooleira (Fenasucro), em Sertãozinho/SP, a 170 Km de Araras. O assessor da Conab, Ângelo Bressan, fará uma palestra sobre a situação atual da cana-de-açúcar como matriz energética no Brasil e no mundo. O curso termina com uma visita a uma unidade industrial, na sexta-feira (5).
Mais informações e troca de conhecimentos no site www.etanol.ufscar.br