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Conab vê cotações de grãos em queda

Preços de soja e milho devem recuar na próxima safra com maior oferta nos EUA e no Brasil.

Conab vê cotações de grãos em queda

Após a forte alta do ano passado, em virtude das quebras de safra nos Estados Unidos e no Hemisfério Sul, os preços do milho e da soja devem recuar na temporada 2013/14, previu ontem o gerente de oleaginosas e produtos pecuários da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Tomé Luiz Freire Guth.

Segundo ele, a tendência tende a se inverter com a perspectiva de um aumento expressivo na colheita americana deste ano. “A produção brasileira também vem despontando como recorde, o que por si só pressiona os preços”, afirmou durante o seminário “Perspectivas para o Setor de Alimentos e Agrícola”, promovido pela BM&FBovespa e pela Apimec.

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) projeta uma produção recorde de milho na safra 2013/14, o que acendeu o sinal amarelo na Conab. De acordo com Freire Guth, os preços da commodity devem cair abaixo do valor mínimo definido pelo governo, o que deve forçar a estatal a entrar no mercado.

“Produção maior é bom para a Conab, mas vamos sofrer com pedidos de intervenção”, afirmou. Em sua avaliação, os produtores brasileiros de milho voltarão a ficar dependentes do mercado doméstico, uma vez que a maior produção americana reduzirá o apetite de estrangeiros pelo milho brasileiro.

Na safra de verão, o preço mínimo para o milho nas regiões Sul, Sudeste, e Centro-Oeste (exceto MT) é de R$ 17,46 por saca de 60 quilos. Em Mato Grosso e Rondônia, esse valor é de R$ 13,02, na região Norte (exceto RO) e no Nordeste, é de R$ 20,76.

Apesar da expectativa de preços baixos para o milho, Freire Guth não acredita que o plantio da commodity na próxima temporada, a 2013/14, vai cair “significativamente”. Segundo ele, mesmo se os EUA confirmarem uma produção recorde de milho, o produtor brasileiro só teria condições de substituir o plantio de milho pelo de soja na primeira safra (de verão), enquanto na safrinha (inverno) as opções são mais limitadas.

“Quando você fala em primeira safra, é possível a substituição por soja. Mas na segunda safra não tem substituto”, afirmou Guth. Além disso, acrescentou o gerente da Conab, a produção de milho em Mato Grosso – na segunda safra – se estruturou e agora é parte do modelo de negócio dos agricultores. “Talvez Mato Grosso não tenha uma queda. Se tiver, não será tão significativa. O milho agora é parte do complexo. O agricultor faz as contas: ganha com a soja, perde com milho, mas não reduz o plantio”, observa.