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Bovinos

Confinamento bovino deve crescer

Expectativa é de aumento de 32,6% no número de boi confinados este ano, para 1,588 milhão de cabeças, apesar dos custos elevados dos insumos.

Em 2010, os 50 maiores confinamentos do país colocaram sob engorda intensiva um total de 1,198 milhão de animais, 9,4% menos que os 1,322 milhão de bois confinados no ano anterior, conforme a pesquisa BeefPoint de Confinamentos. Mas, segundo o levantamento, a expectativa é de aumento de 32,6% no número de boi confinados este ano, para 1,588 milhão de cabeças, apesar dos custos elevados dos insumos.

O maior confinamento de bovinos do país em 2010 foi o da JBS, com um volume de 168.772 animais, de acordo com o levantamento da Beefpoint. No ano anterior, a JBS, que investe no confinamento de animais para garantir matéria-prima para abate em suas unidades, estava em terceiro lugar no ranking.

O confinamento da BRF (Brasil Foods), que está na sexta posição entre os 50, estava em nono no levantamento passado. A Marfrig, apesar de confinar bovinos para abate em suas fábricas, não participa da pesquisa.
 

De acordo com Miguel Cavalcanti, consultor da Beefpoint, o mercado “ruim” no ano passado desestimulou o confinamento. “Não valia a pena confinar”. Ele observa que no primeiro semestre de 2010, as cotações do animal magro e dos grãos estavam em alta, enquanto a sinalização de preços no mercado futuro para o boi gordo era ruim.

Em outubro, porém, a arroba do boi gordo atingiu picos de alta. Depois os preços caíram, mas seguiram em patamares elevados, perto ou acima de R$ 100 a arroba. “As médias de preços [do boi] este ano estão muito melhores que no ano passado”, diz.

Assim, mesmo com os preços altos dos insumos – considerado um dos maiores desafios do setor -, a expectativa é de avanço do confinamento, avalia o consultor. A expectativa, acrescenta Cavalcanti, é de que a margem dos confinadores este ano seja melhor do que em 2010.

O levantamento da Beefpoint mostrou ainda que 28% dos confinamentos pesquisados estão localizados em Goiás, 26% em São Paulo, 22% em Mato Grosso, 14% em Mato Grosso do Sul, 8% em Minas Gerais e 2% no Paraná. Conforme a pesquisa, 37% dos animais confinados estão em Goiás, 26% em São Paulo, 18% em Mato Grosso, 12% em Mato Grosso do Sul, 6% em Minas e 1% no Paraná.

Cavalcanti destaca uma mudança nas ferramentas de administração de risco usadas pelos confinadores, revelada pelo levantamento. Houve aumento do uso de opções e contratos futuros entre os confinadores. Em 2009, de 10% usavam opções. No ano passado, 18%. Já os futuros eram usados por 34% em 2009 e no ano passado, foram 40%. Enquanto isso caíram as negociações de venda de boi a termo, em que são feitos contratos com frigoríficos (de 46% para 38%).

Além disso, também aumentaram as vendas à vista dos confinamentos, reflexo da percepção de maior risco de crédito dos frigoríficos. Em 2010, 26% das vendas foram à vista ante 18% em 2009, mostra o levantamento. A projeção para este ano é que 38% das vendas sejam nessa modalidade.

A pesquisa com os 50 maiores confinamentos também indicou que o mês de maior saída [venda para abate] de animais em 2010 foi outubro (36% dos estabelecimentos). Para 24%, outubro também deve ser o pico este ano. No entanto, as previsões para 2011 mostram a intenção de adiantar a venda. Mais confinadores pretendem ampliar o volume de vendas em setembro. Um percentual de 18% usou a estratégia no ano passado e 36% pretendem fazê-lo este ano. “O objetivo é fugir do pico de oferta [de confinamento], quando há dificuldade de venda”, observa Cavalcanti.