Durante esta semana, Goiânia é recebe o Congresso Brasileiro de Soja. No segundo dia do evento, destaque para as novidades nas áreas de pesquisa e agroenergia.
O 5º Congresso Brasileiro de Soja é um encontro de produtores, técnicos e pesquisadores. Nos estandes estão muitas novidades do mercado para a produção do grão.
Nas palestras e conferências surgem as informações mais importantes como os efeitos da crise na agricultura, o manejo de doenças e pragas, produção e demanda mundial.
Um dos destaques do encontro é a produção de biodiesel, que gira em torno de um bilhão de litros por ano no Brasil. A soja representa quase 80% da matéria-prima utilizada pelas usinas.
A partir do mês de julho a demanda deve crescer. O governo anunciou que a adição de biocombustível ao óleo diesel vai aumentar de preço para 4%, gerando uma necessidade de 400 milhões de litros a mais por ano. No Brasil, existem 47 usinas em operação.
Para a gerente do Programa de Biodiesel da Petrobrás, Maite Torres, o grande desafio do setor é conseguir matéria-prima por um custo mais baixo. “Nós fizemos 38 mil contratos esse ano com agricultores familiares, contratos de longo prazo de aquisição de matéria-prima em torno de cinco anos e estamos trabalhando numa melhoria da assistência técnica desses agricultores, melhoria na qualidade dos insumos para que a gente consiga uma produtividade maior e, assim, a manutenção dos fornecedores”, disse.
Reduzir perdas causadas por problemas climáticos também é um desafio, que, uma vez vencido, poderá aumentar a produtividade das lavouras de soja. Por isso, o congresso também traz pesquisas nessa área.
A Embrapa em parceria com o governo japonês está desenvolvendo uma variedade de soja transgênica mais tolerante à seca. De acordo com o coordenador da pesquisa, os testes feitos em laboratório e em estufas deram certo.
“Vamos testar isso por mais dois ou três anos. Se os resultados forem repetidos nós passaremos essas sementes de soja geneticamente modificada para tolerante à seca para os programas de melhoramento da Embrapa. Vamos iniciar os estudos de biosegurança para depois submeter um pedido para a Comissão Técnica Nacional de Biosegurança para uma possível liberação comercial dessa soja”, disse Alexandre Nepomuceno, agrônomo da Embrapa.
Durante o congresso foi lançado o Comitê Estratégico Soja Brasil, uma entidade sem fins lucrativos criada para incentivar o aumento da produtividade do grão no país. O encontro termina na sexta-feira.