Redação SI 16/12/2002 – Os produtores e exportadores brasileiros de carne suína, que já conseguiram conquistar o mercado russo com um plano estratégico implantado em 2001 pela Associação Brasileira de Produtores e Exportadores de Carne Suína (Abipecs) em parceria com a Agência de Promoção para Exportação (Apex), tratam agora de buscar novos mercados, com destaque para a União Européia. O setor tem um planejamento estratégico bem delineado para enfrentar o protecionismo europeu e deve levar sugestões ao Governo brasileiro dentro dos próximos dias, explica Cláudio Martins, diretor-executivo da Abipecs. Por pressão dos exportadores brasileiros, a União Européia enviou este ano uma missão veterinária para avaliar as condições de qualidade e sanidade da suinocultura nacional. “Eles fizeram uma série de exigências e recomendações, diz o diretor da Abipecs, e com base nisso queremos fazer o dever de casa junto com o Governo para que a missão européia possa voltar já no primeiro semestre do próximo ano e encontrar tudo conforme suas recomendações”, informa Martins.
A partir de agora, pulverizar exportações é a palavra de ordem, diz o dirigente, que é também vice-presidente-executivo da Associação Brasileira dos Exportadores de Frango (Abef). No caso da carne suína, a conquista da União Européia é mais importante por suas características de mercado avalizador de qualidade do que pela quantidade de importações. Para isso, será preciso driblar a inevitável barreira de protecionismo dos europeus, que já vêm lutando contra a expansão das vendas de frango brasileiro em seu mercado, por meio de uma série de barreiras sanitárias. “Os europeus sofrem de ineficiência produtiva e ficam incomodados com o nosso avanço no mercado de frango. É inevitável que comecem a criar barreiras também para a carne suína”, observa o diretor da Abipecs.
A indústria brasileira de carne suína, que prevê para este ano um crescimento de 60% nas exportações em relação ao ano passado, devendo fechar 2002 com uma receita de US$ 500 milhões, trabalha também para atingir o mercado do Japão no final de 2003, e, antes disso, chegar às Filipinas, China, Japão, África do Sul, México e Chile, segundo a Abipecs.
Rússia
O programa de acesso a novos mercados desenvolvido pela Abipecs conseguiu atingir com particular eficiência o mercado russo, que neste ano já deve absorver quase 80% das exportações brasileiras de carne suína, e rendeu à entidade o prêmio de destaque concedido em 2002 pela Agência de Promoção à Exportação (Apex). A estratégia de vendas brasileiras para a Rússia permitiu um crescimento vertiginoso do setor naquele país, saindo praticamente do zero no início de 2001 para atingir uma receita cambial de US$ 206 milhões gerada por aquele mercado no final do ano.