Até o início da Copa do Mundo, levantamentos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) não captavam aquecimento no mercado de suínos, e as expectativas dos agentes eram cada vez mais pessimistas. Mas, ao que parece, aos 47 minutos do segundo tempo, a procura por carne finalmente passou a dar sinais de reação. Para os especialistas da entidade, a vinda de estrangeiros para assistir aos jogos tem elevado o consumo agregado de carne e dado giro ao mercado, que estava com os estoques estagnados. “A demanda deve aumentar para todas as proteínas, com destaque para a carne suína, bastante presente no hábito de consumo de muitos estrangeiros”, afirmam.
Mas a oferta de animais também tem dado um empurrãozinho nessa história. Apesar das quedas nos preços até meados da semana passada, o movimento era resultado principalmente de uma pressão da demanda fraca, visto que a oferta se mantinha relativamente estável. E assim continua. Porém, de acordo com o Cepea, com a demanda se aquecendo, produtores se aproveitam do momento favorável para barganhar preços maiores pelos suínos vivos em comparação aos que vinham sendo praticados semanas atrás. Os frigoríficos, por sua vez, têm pago mais pelos animais e repassado os aumentos para a carne.
Além dos efeitos de curto prazo relacionados ao mercado, o setor parece estar atento aos benefícios da exposição do produto brasileiro ao consumidor estrangeiro. Essa visibilidade, se bem aproveitada, pode ajudar nas estratégias de aumento das exportações do produto nacional no médio e longo prazo. “Na nossa casa, os consumidores podem constatar a qualidade da carne suína brasileira”, pontua a analista Camila Brito Ortelan.
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Mas nem tudo é festa! As precauções em relação às questões fitossanitárias devem ser tratadas com o máximo de cuidado. “Para suínos, a ocorrência da PEDv é grande em vários países do mundo, e a abertura de portas aos turistas que visitam o Brasil para o evento esportivo é fator de risco para a saúde do rebanho nacional”, conclui Camila.
