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Mercado Interno

Consumo de carne suína no Brasil atinge 15,1kg per capita

Dado da Abipecs revela que PNDS atinge a meta histórica 1 ano antes do prazo estabelecido. "A sensação é de dever cumprido", diz presidente da ABCS.

“A sensação é de dever cumprido”, assim comentou o presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), Marcelo Lopes, após receber a informação da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs) de que o aumento do consumo de carne suína no país atingiu os 15,1kg per capita, não só adiantando, mas ultrapassando a meta estabelecida pelo Projeto Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (PNDS) prevista para 2012 junto ao Sebrae Nacional. Os dados foram divulgados na coletiva de imprensa da Abipecs, na tarde desta terça-feira (06/12) em São Paulo.

Em mais um ano consecutivo a suinocultura brasileira teve no mercado doméstico a sua principal base de sustentação. Ao longo do ano, o brasileiro aumentou seu consumo de carne suína em mais 0,5kg per capita, crescimento que no ano passado chegou a 1kg. Por um longo período, o consumo per capita permaneceu estagnado, aumentando apenas de acordo com o crescimento da população. “Agora, o aumento é real, comenta a coordenadora nacional do PNDS, Lívia Machado, ressaltando que atual força do mercado interno, se comprova pelos volumes exportados de carne suína, que teve nos últimos anos valores inferiores que 2009.  

“Foi mais vantajoso à indústria colocar aqui o seu produto do que direcioná-lo ao mercado internacional. Este movimento é resultado da demanda interna aquecida, gerada pela melhoria de renda da população brasileira, atrelada a um real supervalorizado em relação ao dólar, o que desestimula os embarques”, explicou o diretor-executivo da ABCS, Fabiano Coser.

O maior preço da carne bovina nas gôndolas dos supermercados assustou os seus tradicionais consumidores, que migraram principalmente para os produtos suínos in natura e processados em 2010. Já neste ano, a carne bovina permaneceu em patamares aceitáveis para o consumidor, que mesmo assim deu preferencia à carne suína. Ainda longe de ser a proteína mais consumida no País, é fato que a carne suína está mais presente na mesa do brasileiro. 

Pedro de Camargo Neto, presidente da Abipecs, informou que “o mercado doméstico foi o responsável pela absorção do aumento de 180 mil toneladas que ocorreu na produção de suínos em 2011. Em 2012 teremos um aumento na exportação, mas o mercado interno continuará sendo o grande mercado para a carne suína”. A entidade divulgou ainda números sobre crescimento da produção e abate. “Neste ano a produção de carne suína apresentou aumento de 4,9% em relação 2010 – passando 3,24 milhões de toneladas para 3,5 milhões. Já o abate de suínos teve ampliação de 5,5%, saltando de 34,3 milhões de cabeças para 36,2 milhões”, informou o diretor de mercado interno da Abipecs, Jurandi Machado. Ainda segundo o diretor, o mercado interno absorveu 84,7% da oferta neste ano, valor 1,7% maior que em 2012.

Devido ao fechamento de mercado russo no início deste ano a disponibilidade de carne suína no mercado brasileiro aumentou em 6,7%. Até novembro o país exportou 479,484 toneladas e de acordo com Pedro Camargo, deve encerrar o ano com 520 mil toneladas exportadas. O destaque de 2011 foram as vendas para Hong Kong, que cresceram 23%, tornando o país o segundo destino da carne suína brasileira, quase encostando nas exportações para a Rússia.

“Esse cenário favorável da suinocultura brasileira não poderia ser alcançado sem a atuação do PNDS no setor”, comentou o presidente da ABCS, Marcelo Lopes. Ao longo de dois anos, o Projeto realizou mais de 280 ações, registrou aumentos de 20% a 90% nas vendas de cortes suínos e através do trabalho realizado pelas afiliadas da ABCS, mais de 1 milhão de pessoas foram sensibilizadas por meio de informações sobre a saudabilidade da carne suína, sua importância para a saúde humana e suas diversas opções de consumo. Além disso, cerca de 13 mil profissionais foram capacitados de forma direta em treinamentos de cortes, oficinas gastronômicas, palestras para médicos e em universidades. Nessa fatia de capacitações mais de 2.000 produtores do Brasil receberam treinamento para melhoria de gestão e mão de obra, além de consultorias técnicas e de inovação realizada nas granjas.

Iniciativas voltadas para a produção marcaram o ano de 2011, como o Manual de Boas Práticas Agropecuárias na Produção de Suínos, lançado em 13 estados pela ABCS com o objetivo de orientar os produtores nos padrões operacionais e gerencial das granjas, além da parceria com o Senar Nacional  para a  criação de sete cursos modulares para as colaboradores e gerentes de granjas, aplicados gratuitamente por meio do Senar estaduais desde outubro desse ano.

“Centenas de suinocultores, empresas do setor, autoridades e lideranças acreditaram na revolução que o PNDS traria para a cadeia suinícola. Associações filiadas a ABCS, Sebraes e federações estaduais se lançaram nesse desafio. Juntos trabalharam, ousaram e hoje veem essa meta histórica no Brasil se concretizar”, comentou Lívia Machado. “Nossa expectativa é multiplicar os trabalhos, expandindo o número de produtores e profissionais capacitados, de ações realizadas para que no próximo ano seja possível atingir resultados ainda mais significativos”, encerrou.