Redação (12/03/2009)- O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu na noite desta quarta-feira reduzir sua taxa básica de juros, a Selic, em 1,5 ponto percentual, passando de 12,75% ao ano para 11,25%. Foi a segunda redução consecutiva. Os juros voltaram ao nível de um ano atrás, em março de 2008.
Este também foi o maior corte em pontos percentuais desde novembro de 2003, quando o juro básico passou de 19% para 17,5%.
Apesar da redução, o Brasil continua sendo o país com maiores juros reais entre as principais economias, segundo estudo do economista Jason Vieira, da consultoria UPTrend.
Conforme esse levantamento, os juros reais do Brasil agora ficaram em 6,5% ao ano. A Hungria vem em segundo, com 6,2%, seguida da Argentina, com 4,3%. A taxa de juros reais representa a taxa Selic descontada a inflação projetada para os próximos 12 meses.
A decisão do Copom foi unânime, segundo nota divulgada após o encontro. "Avaliando o cenário macroeconômico, o Copom decidiu, neste momento, reduzir a taxa Selic para 11,25% aao ano, sem viés, por unanimidade", registra o documento.
O órgão do BC acrescentou que vai monitorar a inflação até a próxima reunião, nos dias 28 e 29 de abril. "O Comitê acompanhará a evolução da trajetória prospectiva para a inflação até a sua próxima reunião, levando em conta a magnitude e a rapidez do ajuste da taxa básica de juros já implementado e seus efeitos cumulativos, para então definir os próximos passos na sua estratégia de política monetária."
O corte já era esperado por economistas, principalmente após a divulgação do PIB (Produto Interno Bruto) ontem, que caiu 3,6% no terceiro trimestre.
Quem decide os juros
O Copom foi instituído em junho de 1996 para estabelecer as diretrizes da política monetária e definir a taxa de juros.
O colegiado é composto pelo presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, e os diretores de Política Monetária, Política Econômica, Estudos Especiais, Assuntos Internacionais, Normas e Organização do Sistema Financeiro, Fiscalização, Liquidações e Desestatização, e Administração.