Depois de subir fortemente por quase três meses seguidos, os preços do suíno vivo e da carne têm caído, principalmente em São Paulo e Minas Gerais. A dificuldade das vendas de carne no mercado atacadista nos elevados patamares atuais faz com que frigoríficos pressionem as cotações do animal vivo, mesmo com a oferta restrita. Segundo agentes consultados pelo Cepea, a típica retração do consumo em final de mês também reforçou as baixas dos valores praticados no atacado. Para as próximas semanas, porém, a expectativa de produtores é que os valores voltem a subir. Além de o plantel estar menor em relação a 2012, o endividamento, reflexo da crise enfrentada pelo setor em meados do ano passado (elevados preços de insumos e baixo valor de venda do suíno), ainda limita novos investimentos para reposição desses animais. Segundo agentes consultados pelo Cepea, alguns produtores continuam vendendo suínos vivos com peso abaixo do ideal para abate.
Entre 25 de outubro e 1º de novembro, o Indicador do Suíno Vivo Cepea/Esalq do estado de São Paulo teve queda de 3,1%, com o quilo do animal passando a ser negociado na média de R$ 4,09 nessa quinta-feira, 31. Apesar de a Bolsa de Comercialização de Suínos de São Paulo “Mezo Wolters” ter fechado na segunda-feira, 28, ainda em R$ 80/@ (R$ 4,27), no correr da semana foram registrados pelo Cepea negócios a valores menores, especialmente no interior do estado.
Em Minas Gerais, o recuo foi de 1,4% nos últimos sete dias, com o preço médio do animal vivo passando para R$ 4,16/kg. Produtores e frigoríficos não chegaram a um acordo na Bolsa de Comercialização de Minas Gerais na quinta-feira, 24. Enquanto suinocultores queriam receber R$ 4,40 pelo quilo do animal, a indústria se dispunha a pagar apenas R$ 4,20/kg, alegando dificuldade de repassar os altos valores do vivo ao atacado. No início da semana, os negócios nas regiões mineiras eram efetivados a R$ 4,30/kg, mas, ao longo do período, passaram a ocorrer também a R$ 4,20/kg. Nessa quinta, ainda não houve acordo entre os agentes. O preço sugerido pela Bolsa ficou em R$ 4,30, mas agentes do setor aguardam maior definição do mercado para efetivar novos negócios.
No atacado da Grande São Paulo, o preço do quilo da carcaça especial recuou 4,3% entre 25 e 31 de outubro, passando para a média de R$ 6,28 nessa quinta-feira, 31. A carcaça comum se desvalorizou 3,5% no período, indo para R$ 6,00/kg.
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Indicadores de Preços do Suíno Vivo CEPEA/ESALQ |
Carcaça Comum |
Carcaça Especial |
||||
|
MG |
SP |
PR |
SC |
RS |
SP |
SP |
25/out |
4,22 |
4,22 |
3,56 |
3,41 |
3,37 |
6,22 |
6,57 |
31/out |
4,16 |
4,09 |
3,35 |
3,45 |
3,33 |
6,00 |
6,28 |
Var. Semanal |
-1,4% |
-3,1% |
-5,9% |
1,2% |
-1,2% |
-3,5% |
-4,3% |
Preço recebido pelo produtor (R$/Kg), sem ICMS
Fonte: Cepea/Esalq.
Para mais informações, acesse: www.cepea.esalq.usp.br/suino