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Cotações em queda

Preços no campo têm maior baixa do ano em São Paulo.

Da Redação 28/07/2004 – 06h39 – O índice de preços recebidos (IPR) pelos produtores agropecuários paulistas, pesquisado pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA) – vinculado à Secretaria de Agricultura do Estado – registraram variação negativa de 3,35% na terceira quadrissemana de julho. Foi a maior baixa quadrissemanal deste ano, e em relação ao intervalo imediatamente anterior houve perda de 1,73 ponto percentual.

Com esse resultado, Nelson Batista Martin, diretor do IEA, passou a projetar uma variação negativa do IPR em torno de 3% para o acumulado deste mês. Se confirmado o percentual, será a maior variação negativa mensal desde abril de 2002, quando o indicador recuou 4,32%. “A queda das cotações de commodities como soja, milho, trigo, algodão, café e laranja no exterior tirou sustentação dos preços no mercado interno”, disse ele.

No levantamento do IEA, todos esses produtos registraram retração em São Paulo na terceira quadrissemana de julho. Pelo peso do Estado na economia do país, inclusive como mercado consumidor, o IPR é encarado por especialistas como um termômetro das tendências de preços também em outras regiões. Na média ponderada, os produtos de origem vegetal encerraram o período com queda de 4,73%. No grupo, a maior queda foi a do tomate (39,74%), por fatores climáticos. Em contrapartida, a cana subiu 7,41%, já que o açúcar no momento está com cotações externas mais firmes, e a batata registrou a maior valorização (32,76%).

Martin concorda que, para produtos como soja e algodão, o atual patamar de preços pode servir de desestímulo à produção na safra 2004/05. Analistas ouvidos pelo Valor na última semana observam que isso de fato pode acontecer em virtude do recente aumento de custos de insumos como fertilizantes e defensivos. Nesse sentido, a Lei 10.925, que zerou as alíquotas de PIS/Cofins sobre importação de insumos, é um contra-ponto.

O grupo de produtos de origem animal também caiu na terceira quadrissemana de julho, 1,52%, mas nesse caso Martin vislumbra recuperação das cotações, principalmente em virtude do período de entressafra do boi. Tradicionalmente uma alta do boi puxa os preços das carnes de frango e suína – que, como no caso da carne bovina, também têm nas exportações outro fator de sustentação.