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Cotações seguirão firmes no campo

<p>Sustentados principalmente pelos grãos, as cotações agrícolas tendem a continuar firmes no país em abril, tanto no campo quanto no atacado.</p>

Da Redação 04/04/2005 – Sustentados principalmente pelos grãos, as cotações agrícolas tendem a continuar firmes no país em abril, tanto no campo quanto no atacado. Em março, esses preços registraram forte alta e voltaram ao centro das preocupações sobre o comportamento dos índices inflacionários nos próximos meses.

No campo, o índice de preços recebidos (IPR) pelos produtores agropecuários paulistas, pesquisado pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA) – vinculado à Secretaria de Agricultura do Estado – encerrou o mês passado com variação positiva entre 3% e 5%, conforme adiantou ao Valor o pesquisador Nelson Batista Martin, responsável pelo levantamento.

O percentual exato é divulgado hoje, e trata-se de um número sempre aguardado por refletir as tendências do maior Estado consumidor do Brasil. Na terceira quadrissemana de março, a alta foi de 5,1%, puxada pelos saltos de soja (34,78%) e milho (21,92%), cujas produções domésticas foram prejudicadas pela estiagem no Sul.

Também no atacado paulista soja e milho registraram valorizações expressivas em março, como mostra o índice da MSConsult. Em média, o indicador (baseado nos preços médios de uma cesta de 14 produtos) subiu 5% em março, sendo que a soja aumentou 18,8% sobre fevereiro, e o milho, 14,9%.

“A tendência, em abril, é de desaceleração da escalada dos preços agrícolas, até por conta do avanço da comercialização da safra de grãos. Mas o mercado continuará firme”, afirmou o economista Fabio Silveira, da MSConsult. Martin, do IEA, concorda. “Para o IPR, projetamos valorização média de 1,5% a 2% para o acumulado do mês”. Ou seja, pelo que prevêem os especialistas, a pressão dos alimentos sobre a inflação deve continuar, ainda que com menos força.

Se para soja e milho a tendência é de diminuição do ritmo de aumentos, a alta do feijão deve ganhar força, por conta da magra oferta derivada das duas primeiras safras nacionais. No atacado paulista, a saca de 60 quilos do produto (carioca comercial tipo 2) alcançou, em março, a média de R$ 83 – 0,1% menos que a média do mês anterior -, mas no dia 31 ela já era negociada a R$ 98.

Martin também acredita que as cotações do café seguirão em elevação no mercado doméstico em abril, em virtude da curva internacional. No atacado paulista, segundo a MSConsult, o café subiu 4,8% em março.