Redação (04/07/2008)- A abertura do mercado chileno para a carne catarinense tem efeito mais institucional do que propriamente econômico: o Chile é um mercado pequeno, mas representa o primeiro reconhecimento da comunidade internacional para a excepcional condição de área livre de aftosa sem vacinação reconhecida pela Organização Internacional de Saúde Animal. A avaliação é do economista e diretor da Coopercentral Aurora, Luiz Hilton Temp.
O Brasil exporta para o Chile pouco mais de 80 toneladas de carne de frango por mês. Cerca de 99% desse mix é formado por produtos industrializados, com pequena e esporádica participação de inteiros, cortes e salgados. Em razão da forte presença de produtos processados, os preços praticados nessas exportações são 86% acima da média.
Os preços permaneceram estáveis em 2006 e 2007, mas em 2008, registram incremento médio de 5% ao mês. Praticamente inexistiram exportações brasileiras de carne suína ao Chile: apenas uma tonelada em janeiro e duas toneladas em agosto, ambas em 2006. “Não há perspectiva de grandes negócios na área de carnes suínas”, admite Temp, mas a abertura é importante do ponto de vista da credibilidade internacional. O Chile tem acordos bilaterais com México e Japão cujos padrões de exigência são conhecidos pelo rigor e pela inflexibilidade de suas exigências.
O Brasil aguardava-se a liberação das exportações para o Chile provenientes de Santa Catarina desde a obtenção do certificado de livre de febre aftosa sem vacinação, em maio de 2007, junto à Organização Internacional de Saúde Animal (OIE). Somente em dezembro de 2007, o Chile reconheceu o status de Santa Catarina, mas aguarda-se a habilitação individual das fábricas, o que está prestes a ocorrer.