A redução da taxa básica de juros (Selic) em cinco pontos percentuais este ano, para 8,75% anuais, pelo Banco Central (BC), ainda parece uma realidade distante para empresas e consumidores.
Apesar dos anúncios feitos pelos bancos e de as taxas médias gerais do mercado estarem caindo, na prática, os juros em algumas modalidades de crédito chegaram a subir de junho para julho, e até no ano, nos cinco maiores bancos do País. É o que mostra um levantamento feito pelo Globo por meio do site Qualicred, da Fecomércio (RJ), com base em números do BC.
É o caso do capital de giro para empresas, que subiu nos cinco bancos analisados (Banco do Brasil, Bradesco, Caixa, Itaú Unibanco e Santander Real) entre 12 de junho — já dois dias após a taxa básica de juros cair de 10,25% para 9,25% ao ano — e 29 de julho, uma semana após a Selic bater 8,75%.
Somente nesse período, a taxa para as pessoas jurídicas chegou a subir de 2,41% para 2,62% ao mês no Santander Real.
Mas, em dezembro, quando a Selic ainda era de 13,75% ao ano, os juros cobrados de empresas pelo grupo eram de 1,89% ao mês. Ou seja, praticamente só subiram de lá para cá. No Bradesco, as taxas saíram de 2,84% ao mês em dezembro, para 2,94% no fim de julho.
Bancos públicos, agressivos, podem forçar queda de juros. Já para o consumidor comum, as taxas para aquisição de bens subiram, de junho para julho e no ano, no Bradesco e na Caixa, tendo ido de 3,22% para 3,36% ao mês e de 1,84% para 4,71% ao mês, respectivamente. No crédito pessoal, o empréstimo propriamente dito, as taxas estão em queda no ano nos cinco, mas subiram de junho para julho no Bradesco, e também na Caixa e no Banco do Brasil (BB), os dois bancos do governo. Só no cheque especial, as taxas estão em queda nos cinco bancos, no ano e de junho para julho.